Prédio de 60 anos foi revitalizado e ampliado, contando com equipamentos que facilitam a mobilidade e será inaugurado pelo governador nesta quarta-feira, 30
O governador Binho Marques entrega nesta quarta-feira, 30, as obras de restauração e revitalização do prédio da Sociedade Beneficente dos Operários de Rio Branco (Sborba). No prédio que hoje mede cerca de 300 metros quadrados e foi construído no final da década de 1940 foram realizados serviços de revitalização da fachada original, onde se destaca em alto relevo o nome Sborba; recuperação do forro original e do salão de dança, a bilheteria, o mezanino e o bar. As obras serão inauguradas pelo governador nesta quarta-feira, 30. “Aqui está o melhor clube, senão do Acre mas de Rio Branco, e nós o estaremos inaugurando com muita alegria”, disse o governador.
As obras foram realizadas com recursos próprios e custaram R$ 300 mil. Também foram incorporados instrumentos que facilitam a mobilidade de idosos e portadores de necessidades especiais. "Foram mantidos aspectos de antigamente e incorporadas coisas novas, como o acesso para cadeirantes e adequações que fazem com que o frequentador se sinta bem", explicou Marilene Lima, engenheira fiscal da obra que gerou cerca de quarenta postos de trabalho durante sua execução.
Além da reforma, o Governo do Acre, através do Conselho de Patrimônio Histórico, mantém o processo de tombamento do prédio da Sborba como patrimônio histórico e artístico do Acre. O prédio está localizado na Rua Rio Grande do Sul, 1.294, em Rio Branco. De acordo com Daniel Zen, da Fundação Elias Mansour, o processo está em fase de instrução, em que se colhem depoimentos, fotografias e documentos acerca do patrimônio. A Sborba foi fundada em 7 de julho de 1948 por pedreiros, carpinteiros, ferreiros, mecânicos e demais trabalhadores avulsos que prestavam serviços em obras do Governo. Em 2009, completou 61 anos de existência. O prédio, misto de protomodernismo com art déco, ficará sob cuidados da Fundação Elias Mansour.
A Sborba é representativa para a história do Acre por suas manifestações. Um dos últimos sócios fundadores ainda vivos é o ex-guarda territorial Fernando Francisco de Souza, de 84 anos, que lembra que o primeiro prédio funcionou por dois anos na rua Pernambuco, mudando-se em 1950 para a sede definitiva na rua Rio Grande do Sul. "É a relíquia do Acre", resumiu emocionado o policial que, durante anos, ajudou a manter o clube. Fernando esteve inspecionando os últimos detalhes do serviço de restauração da Sborba na manhã desta terça-feira, 29.
"Teve uma época que chegou muito ´arigó´em Rio Branco e eles não tinham um lugar para seu lazer", diz fazendo referência à elitização dos clubes Tentamen e Rio Branco. Arigós eram trabalhadores braçais migrantes, assim apelidados em toda a região Norte. Estudiosos da relação capital e trabalho na Amazônia põem a Sborba como uma organização mutual, de ajuda mútua entre trabalhadores -uma instituição pré-sindical. Numa primeira fase, um clube de encontro e lazer, e, em seguida, uma obra beneficente que além de auxílios em casos de doença e morte mantinha cursos de alfabetização e qualificação para os operários.
Em sua melhor fase, as festas eram constantes e grandiosas. "Todo 7 de setembro tinha uma festa", lembra Fernando Souza, contemplando, apoiado em uma bengala, o prédio sexagenário que integra o Centro Histórico de Rio Branco e por si só relata e retrata a riqueza de uma época no Acre.
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