Binho diz que negociação com Sinteac terá que começar do zero

Para governador, ato do sindicato de rasgar proposta foi intempestiva, já que negociação nunca foi interrompida

O governador Binho Marques, em coletiva à imprensa, afirmou nesta quinta-feira, 2, que o governo em nenhum momento interrompeu a negociação com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), mas que agora a proposta apresentada para melhorar o piso salarial dos profissionais de apoio e de nível médio e valorizar o desempenho dos professores será retirada. "Rasgaram a proposta do Governo, um ato intempestivo. Não interrompemos a negociação, mas o sindicato vai ter de começar tudo de novo, inclusive com possibilidade de não alcançar mais o que propusemos inicialmente", alertou o governador Binho Marques. "Temos responsabilidade com os serviços públicos."

A proposta do Governo era de elevação do piso para pessoal de apoio de R$ 420 para R$ 525, e de nível médio de R$ 628 para R$ 707, retroativo a maio e janeiro, respectivamente. Para o professores de nível superior, o Governo propunha pagar R$ 2,3 mil de prêmio de valorização em duas parcelas mediante bom desempenho, participação na formação continuada, participação no planejamento escolar e no cumprimento da jornada escolar. "A proposta valorizava os trabalhadores, que agora têm de iniciar a negociação do zero", afirmou Josenir Calixto, gerente de Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação.

Os professores do Acre têm hoje uma das melhores remunerações do país, com valores superiores ao mínimo defendido pela categoria. Há Estados que fazem de tudo, inclusive movendo ações judiciais, para não pagar o piso de R$ 950. No Acre nenhum professor em início de carreira ganha menos que R$ 1,4 mil. Os investimentos e o processo de valorização se mantêm mesmo diante da crise internacional, que reduziu os repasses constitucionais e a receita do Estado.

Em nível estadual, os profissionais da educação são os que mais se beneficiaram, individual e coletivamente, do incremento da folha de pessoal nos últimos dez anos. Entre 1999 e 2009, a folha saltou de R$ 17 milhões  para R$ 84 milhões, várias vezes mais que a inflação do período. Todos os estudos confirmam que, na prática, o magistério e o serviço educacional são altamente valorizados no Acre. Levantamento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo com base nos dados de 2007 da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) indicava que o salário do Acre, além de ser o melhor do Brasil, era 39% superior ao pago pelo Estado de São Paulo.

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