Biblioteca da Floresta resgata o legado de Chico Mendes

“No começo, pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras;
depois, pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica.
Agora, percebo que estou lutando pela humanidade.”
Chico Mendes (1944 – 1988)
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O período para visitação é de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h, e aos sábados, das 14h às 21h (Fotos: Val Fernandes/Secom)

Por meio da Comissão Especial “25 Anos Chico Mendes Vive Mais!”, o governo inaugurou a nova ambientação da Biblioteca da Floresta, no térreo da instituição, em homenagem à trajetória do Patrono do Meio Ambiente Brasileiro. Lá, o público caminha entre painéis fotográficos que recontam a luta dos povos da floresta e acessa, ainda, informações sobre os progressos que ocorreram no Acre, de 1988 até os dias de hoje.

Com patrocínio da Petrobras, empresa que apoia inciativas culturais há 60 anos, o local abriga o trabalho de sete fotógrafos acreanos – Sérgio Vale, Arison Jardim, Marcos Vicentti, Val Fernandes, Diego Gurgel, Gleilson Miranda e Talita Oliveira -, como forma de divulgar o Estado pelo processo criativo desses artistas. “É muito bom poder expor meu trabalho, ao lado dos meus amigos, dentro das comemorações do legado de Chico. Eu me sinto honrada”, disse Talita.

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Painéis fotográficos recontam a luta dos povos da floresta (Foto: Assessoria/Biblioteca da Floresta)

Em frente, chega-se à exposição “Contemplando os Encantos”, do também fotógrafo Sérgio Polignano, que trata do universo da cosmologia da ayahuasca (Santo Daime). “A proposta é despertar nas pessoas o desejo e o cuidado de contemplação da natureza”, comenta o paulistano, que trocou a metrópole pelo aconchego da região amazônica.

Chico Mendes e Binho Marques (de camisa amarela) em assembleia para definir aquele que foi o último “empate”, em maio de 1988 (Foto: Cedida)
Chico Mendes e Binho Marques (de camisa amarela) em assembleia para definir aquele que foi o último “empate”, em maio de 1988 (Foto: Cedida)

banner-chicomendes-verticalCom olhos de criança

Especialmente montado para compor a ambientação, a Biblioteca da Floresta reuniu os servidores da instituição (e ainda colegas e familiares) para documentar, na linguagem audiovisual, um dos momentos mais importantes da história acreana: o “empate”. As gravações de “O Último Empate – Uma Licença Poética” foram realizadas no Horto Florestal de Rio Branco, no início deste mês, com direção do cineasta Italo Rocha, e deve atrair a atenção do público jovem. “É preciso olhar com olhos de criança”, sugere o professor Marcos Afonso, diretor da biblioteca.

Outro destaque encontra-se numa fotografia que mostra Chico Mendes no comando de uma assembleia, no Seringal Cachoeira, em Xapuri, para decidir sobre a realização de um “empate”. Um dos personagens daquele registro é um rapaz de 19 anos, que na época cursava História na Universidade Federal do Acre (Ufac). O jovem se deslocava ao Cachoeira, durante as férias e aos fins de semana, para ensinar os seringueiros e as crianças a ler.

“Esse que está ao lado de Chico, com chapéu na cabeça, é o companheiro Binho Marques [governador do Acre de 2007 a 2010]. Essa é a história da nossa geração. Alguns lutavam na floresta, nós estávamos aqui na cidade, outros estavam nas colônias, e assim iniciávamos as transformações”, ressalta o diretor da instituição. O painel que revela a base da Sociedade da Borracha, conceituada pelo jornalista Elson Martins, permanece no local para estudo e apreciação.

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