Biblioteca da Floresta abre exposição sobre índios isolados no Acre

Mostra oferece ainda uma maquete que reproduz o ambiente onde vivem os povos isolados

Após a divulgação de fotos que registraram a existência de índios isolados nas florestas acreanas, a Biblioteca da Floresta abre sua segunda exposição itinerante nesta sexta-feira, 15, às 17h30, Índios Isolados do Acre. A exposição será distribuída em oito painéis que tratam da história da ocupação do território acreano, da relação entre índios e não índios, das políticas indigenistas e da situação atual dos índios isolados. Além da abertura da exposição, será realizada uma palestra com o sertanista José Carlos dos Reis Meireles, às 19 horas. A mostra é uma realização do Governo do Estado do Acre, através da Fundação de Cultura Elias Mansour.

O primeiro painel, Os Donos da Terra, faz uma breve caracterização dos povos indígenas que habitavam os rios Acre, Iaco, Chandless, Purus, Envira e Juruá, antes da chegada dos brasileiros, peruanos e bolivianos. Apresenta um retrato atual dos índios isolados, destacando a abundância econômica em que vivem e as relações harmoniosas que mantêm com a natureza.

Correrias: Conquista à Ferro, Fogo e Gripe, o segundo painel, explica como a expansão da atividade caucheira e a implantação dos seringais resultaram na invasão dos territórios indígenas, na destruição das malocas, em massacres, na captura de mulheres e crianças, na chegada de doenças desconhecidas  e na dispersão dos sobreviventes pelas terras firmes das cabeceiras dos afluentes dos rios Juruá e Purus.

O Último Refúgio, terceiro painel, revela como o esgotamento do caucho e as crises na economia da borracha permitiram que certos povos ocupassem territórios nas cabeceiras dos rios e como as correrias continuaram justificadas pelos patrões pela necessidade de “dar segurança” aos seringueiros.

O quarto painel fala do Difícil Recomeço, onde apresenta as ações iniciadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em 1987, para a proteção dos índios isolados, como reflexo de mudanças na política que por quase oitenta anos marcou a atuação do governo brasileiro e, no Estado do Acre.

Veias Abertas, o painel seguinte, contém um mapa dos limites do Estado do Acre com os Departamentos de Ucayali e Madre de Dios, indicando a localização de terras indígenas, reservas territoriais e unidades de conservação criadas pelos governos de ambos os países na região da fronteira Brasil-Peru.

O sexto painel, Mashco: um povo itinerante apresenta um acampamento dos Mashco-Piro fotografado no Parque Nacional Alto Purus em 2007. Informa que esse povo caçador e coletor, tem migrado e permanecido em terras indígenas no Estado do Acre.

No sétimo painel, Isolados até quando? são expostas fotografias aéreas feitas em abril de 2008, de malocas localizadas em duas das três terras indígenas que hoje constituem territórios de habitação permanente de índios isolados no Estado do Acre. Os moradores das malocas situadas nas cabeceiras do rio Humaitá aparecem surpresos e aguerridos com a presença do avião.

Por fim, Vivendo na Floresta, o oitavo painel, vai ensinar um pouco dos saberes tradicionais que permitem aos isolados viverem e aumentarem sua população com tecnologia simples, perfeitamente adaptados à realidade da floresta tropical úmida. A exposição oferece ainda uma maquete que reproduz o ambiente onde vivem os povos isolados, suas malocas e asque cultivam no seu entorno. plantações

Além da abertura da exposição, será realizada uma palestra com o sertanista José Carlos dos Reis Meireles, às 19 horas.

Serviço: Biblioteca da Floresta – Parque da Maternidade, próxima a Concha Acústica – Tel.: 3223-9939

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