Balanço positivo da BR-364

Investimento e esforço concentrado em produção sustentável e cidadania garantem a mitigação dos impactos da construção da rodovia

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Todas as 400 famílias que moram na região da Zona de Atendimento Prioritário devem ser atendidas por programas desenvolvidos pelo Governo do Estado (Foto: Assessoria/Sismat)

O Governo do Estado do Acre já investiu mais de R$ 454.500,00 em assistência técnica, infraestrutura, educação e inclusão social na região da Zona de Atendimento Prioritário da BR-364. E a previsão de investimento até 2010 é de 55 milhões de reais, para garantir a consolidação da produção sustentável com recuperação das áreas alteradas, regularização fundiária e valorização da floresta em pé.

De acordo com Fernando Lima, Coordenador da ZAP, o trabalho de mitigação, a compensação ambiental pela construção, é feito através do "respeito à propriedade, valorização das famílias, produção sustentável e melhoria de vida". A ação é desenvolvida para quando a construção da BR não for mais notícia, mas sim o crescimento do Acre com a integração plena dos dois extremos do Estado, estas famílias ainda estejam morando nos mesmos lotes. "A diferença fundamental é que vivam e produzam com qualidade social e ambiental, e que seus filhos cresçam com uma perspectiva de futuro mais ampla. Fruto dos benefícios da estrada e do desenvolvimento sustentável da região com a floresta em pé", completou.

Partilhando deste sonho, 35 alunos do curso de Técnico Agroflorestal da Escola da Floresta desenvolveram uma atividade de levantamento da situação das famílias que já fazem parte dos programas de governo, o Pró-Florestania e o Programa de Certificação da Propriedade Rural Sustentável. A meta é atender a todas as 400 famílias que moram na ZAP.

Mapa do futuro

Uma característica do trabalho dos alunos é que todos são filhos de agricultores, o que tornou o contato mais íntimo com os produtores rurais, conquistando a confiança deles. A dinâmica do levantamento conta com a participação de toda família do produtor rural. Juntos, com o apoio dos técnicos, eles desenhavam a atual situação da propriedade com tudo que ela contém. Em uma folha grande, os igarapés, o pasto, roçados de macaxeira e milho, capoeiras se transformavam em traços azuis, verdes e vermelhos.

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Família do produtor rural participa da elaboração do mapa da propriedade (Foto: Assessoria/Sismat)

Com o mapa da atual realidade e a ajuda da assistência técnica os produtores começam a falar e desenhar o que esperam para o futuro do seu lote e da sua família. As capoeiras se transformam em roçados sustentáveis, as Áreas de Preservação Permanente são reflorestadas, todas as áreas são reaproveitadas e a mucuna é destinada para recuperar as terras degradadas.

Este mapa do futuro representa o sonho dos produtores de permanecer no seu pedaço de chão e fazer valer o direito de melhorar de vida. A condução do plano construído em conjunto vai contar com o monitoramento e apoio da assistência técnica. E principalmente com o aporte de um investimento maciço do governo do Estado em infraestrutura, produção sustentável e inclusão social.

Investimento pesado

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Com o mapa pronto é possível definir as ações prioritárias que serão desenvolvidas (Foto: Assessoria/Sismat)

As ações do governo na região chegam através dos programas ligados à Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal. Na região da Zona de Atendimento Prioritário eles se unem para multiplicar a abrangência e o resultado.

O Pró-Florestania é um programa conduzido pela Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar – Seaprof, através do qual é feita a compra da mucuna que é distribuída para as famílias de produtores rurais, por exemplo. Além de uma série de outros subsídios, como pequenos animais e todos os insumos necessários para implementação dos roçados sustentáveis.

Apenas os kits dos roçados sustentáveis já representam um grande apoio do governo. Cada kit custa em torno de R$ 2.800,00 e inclui as sementes da mucuna preta e de culturas para segurança alimentar das famílias, arroz, feijão, milho e hortaliças. Inclui ainda ferramentas de trabalho no campo, como enxada, plantadeira, terçado e roçadeira. E uma parte é destinada à implementação dos Sistemas Agroflorestais e a mecanização onde for possível e necessária.

Este investimento na criação de uma cultura de produção sustentável na região vem de forma continuada. A distribuição da mucuna, por exemplo, tem que acontecer na época certa. É por isso que a distribuição de 3 toneladas da semente que estavam estocadas vai começar amanhã para mais de 30 famílias da Associação de Moradores do Seringal Vista Alegre e BR 364. Cada família recebe 80 quilos do grão, o suficiente para beneficiar dois hectares, que é o tamanho roçado sustentável.

Estas mesmas famílias já receberam sementes de hortaliças e também pintos para que os produtores possam diversificar a sua produção e garantir a segurança alimentar. A meta é contemplar 200 famílias até o início do período de chuvas mais fortes com estes insumos.

Fortalecimento de novas cadeias produtivas

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Fortalecimento de cadeias produtivas aquecem a economia da região beneficiando muitos mais famílias (Foto: Assessoria/Sismat)

O fortalecimento de novas cadeias produtivas visa a dinamização econômica da região. Mais pessoas oferecendo um número maior de produtos aquece o mercado, garante um aumento na renda e consequentemente a melhoria do padrão de vida dos produtores rurais da Zona de Atendimento Prioritário da BR 364.

Outro bom exemplo de diversificação nas cadeias produtivas é a construção de 25 novos açudes. Além de aumentar a capacidade de armazenamento de água, vai possibilitar a produção de peixes que podem alimentar a família e também ser vendidos nos municípios próximos, como Feijó.

Outra vez a estrada servirá como fio condutor do desenvolvimento da região servindo ela própria como fator de melhoria de vida das populações. O esforço do Governo do Estado no incentivo da produção sustentável e da inclusão social, por sua vez, são iniciativas que vêm para mitigar o impacto da construção da BR e garantir que o Acre seja o melhor lugar para se viver também na região da ZAP BR.

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