Samara Lira, estudante de jornalismo, teve uma péssima experiência ao tomar medicamentos para dormir por conta própria. Os comprimidos foram indicados por um amigo que os tomava.
“Estava com dificuldades para dormir, então pedi, e ele me deu. Eram três pílulas diferentes, mas ele me recomendou que tomasse metade de cada e eu ingeri todos inteiros”, conta a estudante.
A jovem dormiu durante dois dias e teve fortes dores de estômago por algum tempo. “Depois disso, nunca mais quis tomar remédios sem a orientação devida”, disse a jovem.
Samara não buscou atendimento médico após o ocorrido. A recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é que em casos de reações como as sentidas pelas estudantes, busque-se atendimento médico imediato, levando o medicamento tomado e a bula do produto. O consumidor também pode buscar orientação pelo 0800 722 6001 (Disque Intoxicação da Anvisa).
A Anvisa disponibiliza uma cartilha com explicações e orientações sobre medicamentos.
Semana de Combate à Automedicação
Para conscientizar a população sobre os perigos da automedicação, foi criada por lei, em janeiro deste ano, a Semana de Combate à Automedicação, comemorada na quarta semana do mês de junho.
O objetivo da data é orientar a população quantos aos perigos da ingestão de medicamentos sem prescrição médica, ou seja, por conta e risco da pessoa que o ingere, alertar trabalhadores de farmácias e drogarias sobre sua função na redução de casos ligados às consequências de automedicação, além de divulgar a importância do farmacêutico no ato de dispensação de medicamentos e sua competência técnica para orientar quanto ao uso seguro de medicamentos isentos de prescrição médica.
“A automedicação é a causa de um terço das ocorrências de intoxicação no país, com um percentual de 16% de óbitos. A principal recomendação para a população é que só se deve tomar medicamentos com prescrição médica e orientação de um farmacêutico, mesmo em casos de medicamentos de venda livre. O uso incorreto pode agravar doenças, gerar o aumento da resistência de microorganismos, causar reações alérgicas, dependência e a morte”, alerta o farmacêutico e presidente do Conselho Regional de Farmácia do Acre (CRFAC), Tiaraju Paulo Matos.