Atividade naval ganha aliado, moderniza setor e garante endereço

foram mais de R$ 1,6 milhões, equipamentos modernos que garantem o aumento da produtividade local (Foto: Arison Jardim/Secom)
Foi mais de R$ 1,6 milhão, equipamentos modernos que garantem o aumento da produtividade local (Foto: Arison Jardim/Secom)

Um setor que vivia à margem do desenvolvimento recebe olhar empreendedor do governo do Estado e apresenta bons resultados para a economia acreana.

Nos últimos anos, mais de R$ 3,7 milhões foram investimentos na atividade naval do Acre, uma categoria antes pouco valorizada, mas de fundamental importância para milhares de ribeirinhos.

Somente em maquinários, foi mais de R$ 1,6 milhão, equipamentos modernos que garantem o aumento da produtividade local, aliando as técnicas tradicionais de fabricação e a eficiência produtiva dos trabalhadores.

“Depois que o governo nos entendeu a mão e a nossa realidade hoje é outra”, diz Jorge Neris (Foto: Jaqueline Teles/Sedens)
“Depois que o governo nos entendeu a mão, nossa realidade hoje é outra”, diz Jorge Neris (Foto: Jaqueline Teles/Sedens)

“Ninguém nunca olhou para nossa classe. Sempre trabalhamos por conta própria, sem nenhum incentivo, até que o governo nos entendeu a mão e a nossa realidade hoje é outra”, pontuou Jorge Neris, presidente da Cooperativa Arte Moderna de Tarauacá.

Em Cruzeiro do Sul, além dos equipamentos, os construtores navais, que antes trabalhavam no bairro da Lagoa, à margem do Rio Juruá, ganharam um Polo Naval.

O empreendimento é formado por quatro galpões voltados para a fabricação de embarcações navais de base madeireira e metálica. No local estão trabalhando 26 empresas, unidas em uma cooperativa, que lidam com construção naval e serviços ligados à área, como mecânica, fundição e tornearia.

“A navegação é parte da história de ocupação da região do Juruá. Os serviços navais são praticados há décadas e estavam dispersos e em locais inadequados. A estruturação do setor com a construção do polo, além de modernizar, deu visibilidade a atividade, aumentando os serviços e a renda dos profissionais”, explica o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães.

Equipamentos modernos triplica renda e aumenta demanda

O polo reuniu a categoria, mas o aumento da renda, com certeza, deu-se devido aos modernos maquinários.

José Gomes de Azevedo, o “Véio do Mano”, é um dos mecânicos mais requisitados da cidade. Ele recebeu do governo um torno de 2,25 metros, no valor de R$ 133 mil, máquina que trouxe mais agilidade e melhorou a técnica dos seus serviços.

Com esses novos equipamentos nossa renda mais que triplicou e a demanda aumentou (Foto: Cedida)
Com esses novos equipamentos, nossa renda mais que triplicou e a demanda aumentou (Foto: Cedida)

“Com essa máquina, um serviço que antes levava o dia inteiro para fazer agora é concluído em duas horas. Sem falar dos trabalhos que eu tinha que terceirizar, o que reduzia meu lucro”, admite.

O mecânico, que é especialista em alterar e potencializar motores de embarcações, atende ribeirinhos do Juruá e de municípios do Amazonas, como Ipixuna e Eirunepé.

“Hoje, eu e outros colegas somos procurados por muitas pessoas para realizar serviços que antes não tínhamos condições de fazer porque faltavam equipamentos. Nossa renda mais que triplicou”, comemora.

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