A primeira edição da Feira Brasil Original, realizada entre os dias 20 e 23 de outubro, em São Paulo, contabilizou resultados satisfatórios para o artesanato acreano. O estande do Acre foi campeão de visitas e de vendas e eleito pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) como o mais bem decorado do evento.
Os artesãos acreanos que expuseram suas peças na feira – que reuniu profissionais de 26 estados brasileiros – ainda estão comemorando esses resultados. A artesã Rodney Paiva Ramos viu de perto o reconhecimento do trabalho dos profissionais que têm se destacado neste setor no estado.
Poucos dias depois de retornar da feira, ela se prepara para retornar à confecção de novas peças, sendo que parte delas já é de encomendas que trouxe do evento.
Segundo Rodney, toda a preparação e horas dedicadas ao trabalho cerca de dois meses antes de ir aos eventos dessa natureza compensam quando a qualidade do que se produz no Acre ganha novos mercados.
O balanço divulgado na última semana deu conta de que o Acre foi o que mais vendeu, com o total de quase três mil peças e valor de R$ 301.402.
Para Rodney, que voltou com poucos produtos da mercadoria que levou, esse foi o maior lucro já obtido de feiras nacionais de que já participou.
Apoio ao empreendedorismo e investimentos no setor
Foi por causa do marido, que à época trabalhava como mecânico e foi transferido para o Acre, que a amazonense Rodney veio morar com a família em Rio Branco em 2003.
O artesanato foi a oportunidade que ela encontrou para ocupar a mente. Com o intuito de se profissionalizar na atividade, procurou o Sebrae. Em 2012, tornou-se microempreendedora individual e começou a investir em maquinário.
Hoje, a artesã dispõe de uma loja no Quiosque do Bambu, a Cores da Mata – localizada na entrada do Parque Tucumã.
Com a oficina instalada em sua residência, ela utiliza sementes resíduos de madeira para a produção de bolsas e biojoias. No momento, toda a renda da família provém do artesanato.
Clínicas de design, capacitações e investimentos feitos pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN), em parceria com o Sebrae, são alguns aspectos aos quais ela atribui o incentivo ao empreendedorismo no estado.
“A feira mensal no shopping e a loja de artesanato foram algumas das nossas conquistas. Sem esse apoio, ninguém teria pernas para ir tão longe como a gente sonha. O esforço que é feito para que o Acre participe das feiras fora do estado também precisa ser reconhecido. Nessa última, por exemplo, tivemos o caminhão pela primeira vez que saiu daqui carregado com os produtos do Acre, e isso deixou a gente muito feliz”, comentou.
E é com entusiasmo que mesmo em meio ao cenário econômico a nível nacional, que a empreendedora aconselha aos que almejam ter o próprio negócio.
“O segredo é não desistir e cada vez buscar mais qualidade no trabalho. Eu sonho sempre em melhorar porque acredito que um dia vou ver minhas peças até em revistas de fora do país. Acho que é grande que todo mundo precisa pensar”, finaliza.
Leia mais: Rodney, a premiada senhora dos balangandãs