Após a alagação, governo abre diálogo com setores da indústria e comércio para propostas de recuperação econômica

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) abriu diálogo com empresários do setor industrial e comercial para ouvir propostas que possam auxiliar em ações estratégicas de recuperação da economia, eliminação ou atenuação das emergências climáticas. A reunião aconteceu na manhã desta terça-feira, 11, na sede da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa).

O secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanipal Mesquita, explicou que a convocação extraordinária das entidades ocorreu depois de visitas nas áreas atingidas pelas cheias do Rio Acre e do Igarapé São Francisco e a verificação de diversos empresários afetados pelas enchentes.

Setores com empresários afetados pelas enchentes apresentaram propostas de curto, médio e longo prazo para o estado. Foto: Jairo Carioca

“Debatemos os encaminhamentos necessários para sabermos a melhor forma de o Estado auxiliar nesse momento de crise com soluções a curto, médio e longo prazo. Urge a necessidade de se criar um ambiente favorável à retomada do crescimento”, disse Mesquita.

Na oportunidade, o secretário da fazenda, Amarísio Freitas, anunciou a prorrogação do prazo de recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do pagamento do Refis em benefício das empresas atingidas pelas alagações. O titular da Sefaz também destacou os recursos na ordem de R$ 50 milhões para a construção de casas populares, projeto do Poder Executivo aprovado pela Assembleia Legislativa.

“Novos estudos serão necessários para ajudar na recuperação econômica, e essa parceria com o setor privado é fundamental para que as soluções apontadas evitem a perda de empregos”, analisou Amarísio.

Para o presidente da Acisa, empresário Marcelo Moura, a medida de prorrogação de impostos é acertada no sentido mitigatório, mas se faz necessária a criação de uma agenda de aquecimento da economia.

“As medidas emergenciais aliviam o fluxo de caixa nesse primeiro momento, mas o cenário policrise exige do Estado, como agente macroeconômico, medidas que devolvam a saúde financeira das empresas e, consequentemente, o aumento do consumo, o fim do ciclo negativo. A construção civil é o caminho para criação desse ambiente favorável”, acrescentou Moura.

O presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), José Adriano, frisou ser importante que o governo desenvolva com urgência uma agenda de impacto na economia “priorizada a construção civil, setor este que tem maior capacidade de distribuir renda”.

O secretário de Turismo e Empreendedorismo, Marcelo Messias, frisou a necessidade de ampliar a participação dos agentes públicos, entre eles o setor social. Messias falou de empreendedores que perderam tudo com os impactos das cheias.

Como proposta integrada, ficou pactuada a identificação dos empresários atingidos em todos os municípios, a busca por uma linha de crédito especial, a proposta de um estudo para ampliação da prorrogação do ICMS e Refis, ações de recuperação da economia que priorizem a construção civil, o empreendedorismo e eventos.

A Federação das Indústrias do Acre (Federacre), a Federação das Indústrias do Acre (Fieac), o Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também estiveram representados no encontro.

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