Acreano

Por Lucas Alves*

O acreano, por essência, é uma excelente definição de brasileiro. Um povo que não nasceu brasileiro, mas tornou-se. Uma mistura de cores e culturas, que transcende as fronteiras do país, até mesmo os continentes. Um mix de identidades.

Mas o que é ser acreano? Desde o princípio da fundação deste majestoso estado que a resposta – ou respostas, visto que não se pode mensurar, com certeza absoluta, tudo aquilo que é cabível a este povo – vem sendo construída.

Mas o que de fato se sabe, sente e vive – esta é a única certeza que podemos ter – é de que a palavra “luta” está entranhada no código genético de todos nós. No início, nossos povoadores e antepassados vieram para estas terras lutar contra a fome e por uma vida melhor.

A luta permaneceu no sangue acreano, mesmo após as conquistas deste rico território, e permaneceu firme, pois não bastava estarmos no Brasil, era necessário ser do Brasil. E foi neste desejo de pertencimento que o povo acreano, mais uma vez formado por aqueles que se exilaram de seus lares, de além destes limites, deslocaram-se para cá, a fim de travar uma luta por reconhecimento.

E mais uma vez aqueles que outrora faziam parte de outro povo reuniram-se aqui para formar um novo. Um forte e agraciado povo. Deixamos a alegria de nosso território para a felicidade e esplendor do progresso de um estado.

Mais uma estrela foi adicionada naquela bandeira verde e amarela. Este povo, à época “novo povo”, não era desconhecido. Eram filhos do Nordeste, do Centro-Oeste, do Sul, do leste, do mundo afora. Eram filhos – e hoje são netos e bisnetos – que já carregavam no sangue o amor de ser brasileiro, mas que não era suficiente e nem se comparava à paixão de ser acreano.

*Lucas Alves é revisor da Assessoria de Imprensa e Publicação da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), graduando em Licenciatura Letras Português pela Universidade Federal do Acre (Ufac)

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