A enchente do Rio Acre deixou milhares de desabrigados nas cidades por ele banhadas. A tragédia mostrou que o acreano é solidário. Toneladas de alimentos, calçados e roupas foram arrecadados em todo o Estado para minimizar o sofrimento dos atingidos pela alagação graças a um trabalho de voluntários organizados sob o sugestivo nome de Acre Solidário.
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No Vale do Juruá, a população também se comoveu. Rapidamente diversos setores da sociedade se mobilizaram, em um movimento denominado Juruá Solidário, o que resultou no envio a Rio Branco de 8,5 toneladas de alimentos, quatro toneladas de roupas e calçados, além de 700 quilos de peixe.
A primeira-dama Marlúcia Cândida, coordenadora do Acre Solidário, veio a Cruzeiro do Sul para agradecer. Em encontro realizado com a sociedade juruaense, no auditório da Escola Craveiro Costa, ela entregou, em nome do Acre Solidário, certificados a pessoas e instituições que participaram do movimento solidário. “Estes certificados trazem consigo o sentimento de gratidão”, disse a primeira-dama.
Segundo Cândida, quando as pessoas se juntam para ajudar o próximo, isso gera amizades, gera amor. Agradecendo e trazendo um abraço do governador Tião Viana, ela expressou: “Estamos cada vez mais impressionados com o povo do Juruá”. Sobre o Acre Solidário, a primeira-dama explicou que não é uma instituição, não tem CNPJ: “Trata-se de um movimento de voluntários, para criar ações de solidariedade”.
A força do Juruá
Logo que surgiram as notícias da enchente do Rio Acre, as pessoas se comoveram com a situação dos desabrigados. Segundo o coordenador do Juruá Solidário, Valdemir Neto, assim que foi iniciada a mobilização, o que se viu é que todos queriam ajudar e doar alguma coisa.
Os artistas de Cruzeiro do Sul organizaram uma noitada cultural no Teatro dos Náuas com renda revertida para o movimento. Pessoas ligadas aos esportes organizaram jogos no Estádio Arena do Juruá, ocasião em que atletas e torcedores doavam alimentos. O bispo Dom Mosé contou que logo que ficou sabendo do movimento ligou para todas as paróquias da diocese, inclusive as do Amazonas, e colocou as pastorais à disposição no trabalho de arrecadar doações.
Expedito Ribeiro, presidente da União Municipal de Associações de Moradores (Umam), falou da satisfação de ter participado da mobilização do movimento comunitário e garantiu que em qualquer tempo o movimento está à disposição para contribuir, sempre que a solidariedade seja necessária.
Empresários da cidade também deram importante contribuição. Para Marcos Venício Alencar, presidente da Associação Comercial do Alto Juruá e responsável pela mobilização do segmento, “foi um momento de união muito bonito em Cruzeiro do Sul”.
Além dos já citados, participaram ainda do movimento Juruá Solidário, as igrejas evangélicas, Câmara de Vereadores, Associação das Microempresas, 61º BIS, PM, CBM, Ufac, secretarias do governo estadual, além, claro, da população anônima, sem a qual nada teria acontecido.
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