No Acre, socioeducandos comemoram o Natal privados de liberdade


O Natal é uma data em que os sentimentos de amor, fraternidade e solidariedade ficam muito expostos. A maioria das pessoas que acredita nessa tradição busca aproveitá-la perto da família. O Nascimento de Jesus Cristo e a troca de presentes são aguardados com esperança e alegria. Bom, pelo menos é assim no geral.

Na véspera da chegada de Cristo, no dia 24, enquanto grande parcela da população estará recolhida em suas casas em momento de confraternização e ceia, haverá uma pequena minoria privada de liberdade. Alguns deles são adolescentes que fizeram escolhas erradas na vida e estão sendo responsabilizados pelos atos.

No entanto, a equipe do Instituto Socioeducativo (ISE), órgão executor das medidas em todo o Estado, resolveu levar um pouco do que é o Natal aos adolescentes em conflito com a lei e às famílias durante toda a semana. O resultado foi satisfatório.

Para a socioeducanda Elena (nome fictício), 17, é a primeira vez que as festividades de final de ano serão comemoradas em privação de liberdade. Na última sexta-feira, 20, a jovem foi surpreendida com um evento natalino, que contou com a presença de todas as famílias. “Fico feliz que o pessoal do ISE tenha essa sensibilidade com a gente. Hoje eu já entendo melhor o que significa a data. Os professores nos mostraram que o mais importante é cultivar o amor e saber expressá-lo. Mas confesso que na hora dos fogos pode bater uma tristeza, a promessa entre as meninas é cantar para não chorar”.

A mãe de Elena, Mirna de Souza Fidelis, 33, declara que tentou de todas as formas tirar a filha da Unidade Socioeducativa, pelo menos durante o final do ano, porém não obteve êxito. “Queria ela perto de mim, mas o nosso advogado não conseguiu. O Natal será incompleto também para nós”.

De acordo com o presidente do ISE, Henrique Corinto, a família foi muito participativa nas confraternizações. “Esses adolescentes precisam de uma presença seja do pai, da mãe, do tio ou da avó. E em todas as comemorações das nossas sete unidades socioeducativas, a meta foi atingida. As equipes de segurança, pedagógica, técnica e administrativa estão de parabéns”, elogia.

Os Centros Socioeducativos Aquiry, Santa Juliana, Mocinha Magalhães, Purus, Feijó, Juruá e o Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e Família (Casef), realizaram confraternizações, com programação pedagógica e comemorativa.

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