Acre processará toda a castanha do Estado até 2014

Extrativistas serão os maiores beneficiados com a processamento da produção no estado (Foto: Arquivo Secom)

Extrativistas serão os maiores beneficiados com a processamento da produção no Estado (Foto: Arquivo Secom)

Até bem pouco tempo atrás toda castanha colhida no Acre era vendida in natura para outros Estados brasileiros e até para a Bolívia, para ser processada e industrializada. Com isso o extrativista tinha uma margem de lucro muito pequena, já que o produto não possuía nenhum valor agregado.

Nos últimos anos essa realidade foi se transformando e a Castanha do Brasil começou a ser processada também por indústrias acreanas. A atividade foi ganhando forma e volume e hoje é uma das atividades mais lucrativas e de maior sucesso no Estado.

Segundo o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, com os investimentos que o governo realiza no setor, até  a próxima safra, que corresponde o início do próximo ano, as indústrias de processamento de castanha do Acre terá capacidade de processar toda a produção.

“Pela primeira vez, o Acre vai ter condições de processar toda sua castanha. O processo inverso vai acontecer, e poderemos industrializar inclusive castanha de outros Estados como Rondônia, Amazonas e Pará, por exemplo,”, comemorou Edvaldo.

O governo tem ofertado diversos apoios como concessões de áreas e incentivos fiscais para pelo menos quatro indústrias de beneficiamento de castanha no Acre. A maior delas a Cooperacre (Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre), se firma como a maior Cooperativa de Extrativistas do país, possui duas indústrias para beneficiamento de castanha e processa aproximadamente 2.000 toneladas por ano.

Em novembro, com a inauguração de mais uma indústria, orçada em R$ 9 milhões, que o governo constrói no Parque Industrial de Rio Branco, esse número deve aumentar e chegar a 3000 toneladas/ano de castanha industrializada.

Para quem procura emprego esta é uma grande oportunidade, de acordo com o diretor da Cooperacre, Manuel Monteiro, a Cooperativa já emprega diretamente cerca de 250 funcionários e com a nova indústria mais 100 novos postos de trabalho vão surgir.

“Vamos gerar diretamente 100 empregos, fora os indiretos. Também podemos empregar mais extrativistas, já que vamos necessitar mais de matéria prima”, comentou.

Ainda de acordo com Monteiro, o extrativista é  o principal beneficiado com os investimentos. “A Cooperacre prioriza muito o associado, pagamos muito bem pela matéria prima ao extrativista (sócio), ele é nosso maior beneficiário. Diria que mais de 50% da receita da Cooperacre é destinada aos extrativistas, repassamos isso pagando bem pelo produto”, declarou.

A expectativa é de que 3000 toneladas/ano de castanha sejam industrializadas no Acre (Foto: Arquivo Secom)

A expectativa é de que 3000 toneladas/ano de castanha sejam industrializadas no Acre (Foto: Arquivo Secom)

Atualmente cerca de mil extrativistas trabalham diretamente na coleta da castanha e dependendo da safra recebem em média R$ 20 reais, na lata do produto. É o trabalho árduo desta classe, que garante o sucesso em contratos grandiosos que a Cooperacre mantém com multinacionais como a Nutrimental e a Nestlê. Atualmente a receita bruta da Cooperacre chega a R$ 25 milhões/ ano. A expectativa é que para 2014 essa cifra chegue a R$ 40 milhões.

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