Acre institui uma comissão na fronteira com a Bolívia para elaborar ações emergenciais

Brasileiros que moram na Bolívia devem se cadastrar nos Consulados, caso haja necessidade de retirá-los do outro país

 

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Vários pais e familiares de alunos fizeram durante a reunião, o cadastro para ser enviado ao Consulado (Foto: Angela Peres/Secom)

Em reunião entre familiares de pessoas que residem na Bolívia, parlamentares da bancada acreana e representantes do Itamaraty, realizada em Rio Branco, na manhã desta quarta-feira, 17, foi definido que todos farão uma mobilização para informar aos brasileiros que moram na Bolívia,  a necessidade de procurarem os Consulados para efetivar o cadastro de identificação.

Este documento será primordial caso exista a necessidade de retirar os brasileiros do território boliviano. “A situação hoje está menos preocupante que anteriormente. Porém precisamos saber quantos são e onde estão os brasileiros para que possamos nos planejar em caso de necessidade”, avaliou o embaixador José Luiz Pereira.

O Governo do Acre institui uma comissão nas cidades brasileiras, Brasiléia e Epitaciolânida, que fazem fronteira com a Bolívia, para elaborar ações emergenciais durante o período de crise. Carlos Alberto, assessor especial de Governo, salienta que atividades já foram reforçadas nas áreas de saúde e segurança para garantir a tranqüilidade. “Estamos prestando socorro aos feridos. Médicos foram enviados à fronteira para atender possíveis demandas”, disse ele.

O comandante da Polícia Militar do Acre, o coronel Romário Célio, esteve em Brasiléia na terça-feira, 16, para analisar a situação. Além disso, Governo do Estado e prefeitura já designaram espaços públicos para possíveis desabrigados. Alguns bolivianos já estão nas cidades brasileiras em busca de um lugar seguro e temem o conflito em seu país, mesmo com ao acordo entre Evo Morales e algumas províncias, que abrem espaço para negociações formais.

Durante a reunião desta quarta-feira, centenas de pais ou responsáveis já fizeram o cadastro de estudantes. Os familiares acreanos que não compareceram ao encontro podem procurar os gabinetes dos deputados para adquirirem maiores informações.

Participaram da reunião os parlamentares Nilson Mourão, Flaviano Melo e Henrique Afonso, o senador Tião Viana, assessor de Política do Governo do Estado Carlos Alberto, além do embaixador José Luiz Pereira. “Temos o dever de prestar solidariedade, e também falar das medidas que estão sendo programadas em caso do agravamento”, disse Tião Viana.

O presidente do Grupo Parlamentar Brasil/Bolívia, Nilson Mourão, destacou que a bancada aguarda a liberação para a entrada em Santa Cruz e La Paz para o estabelecimento de contato com os acreanos. “Precisamos de segurança e amparo para os nossos familiares que estão na Bolívia. Estamos em busca da melhor maneira para resolver esta situação”, disse Angela Márcia Silva Velásquez. Ela conta que tem dois irmãos e uma cunhada na Bolívia e que espera que o encontro possa ajudar os familiares.

Posto da Receita Federal tem atividades suspensas

O posto da Receita Federal localizado na fronteira do Acre com a Bolívia deve permanecer fechado até que a situação de restabeleça no país visinho. O anúncio foi feito pelo delegado da Receita Federal/Acre, Elmar Nascimento. Segundo ele este é um ato extremo que visa garantir a segurança dos servidores e das pessoas que procuram o posto alfandegário. “O posto é muito próximo do território boliviano. Nossa intenção é garantir a integridade dos brasileiros”, disse.

A reabertura do posto depende da avaliação diária que é realizada em a parceria por diversas instituições. “Tão logo a situação se normalize retomaremos nossas atividades”, comenta o delegado. A Receita Federal orienta ainda que todos os produtos que não passam pela fiscalização e entram no Brasil são considerados ilegais. Portanto deve ficar suspensas a entrada de mercadorias enquanto o posto estiver fechado. 

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