Acre inova ao oferecer educação infantil em domicílio em seringais e zona rural

Iniciativa do Governo do Estado através do Pró-Município garante repasses às prefeituras para investimento em educação para crianças de 4 a 5 anos

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Professores participam de treinamento (Foto: Eunice Caetano/Assessoria SEE)

 

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Secretária Maria Corrêa destacou importância do projeto (Foto: Eunice Caetano/Assessoria SEE)

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Sulani Oliveira é uma das professoras do projeto em Jordão (Foto: Eunice Caetano/Assessoria SEE)

O Acre é o primeiro estado brasileiro a oferecer educação infantil a crianças de comunidades isoladas em suas próprias residências. Inicialmente serão atendidas 1.200 crianças de 4 a 5 anos de idade que moram em assentamentos, seringais, margens de rios e unidades de conservação. Os oitenta professores de dez municípios são capacitados na Escola Armando Nogueira durante toda esta semana e as aulas começam na segunda quinzena de agosto. A iniciativa é do Governo do Estado, por meio do Programa de Desenvolvimento Social dos Municípios do Acre (Pró-Município), que garante repasse às prefeituras para investimentos em educação básica. 

A Secretária de Educação, Maria Corrêa, diz que o objetivo é desenvolver habilidades nas crianças para que elas cheguem à alfabetização aos seis anos, já com o aprendizado inicial, o que facilita a absorção das disciplinas. A secretária explica que os professores têm material específico para o ensino das crianças, elaborado pela ABAPORU, conceituada empresa de consultoria em educação, com sedes em São Paulo e Bahia. "Crianças de 4 e 5 anos têm dificuldades para se locomover até as escolas, por isso vamos até onde elas estão".

Os professores são pessoas das próprias comunidades que têm o ensino médio. Cada professor trabalha com dez famílias e acompanham bem de perto o desenvolvimento das crianças. Suleni Oliveira, de Jordão, diz que este é um grande desafio e ao mesmo tempo uma alegria para ela. "Quando eu tinha 4 a 5 anos, meu sonho era saber desenhar, ler, mas eu morava em um seringal no Jordão. Agora vou poder realizar o sonho de outras crianças que vivem na mesma situação em que eu vivia. Vou dar tudo de mim para mudar a realidade delas", anuncia a professora.

Valter Takemoto, diretor da  Abaporu, diz que este modelo de educação infantil em domicílio é revolucionário e inédito no mundo . "No Norte do Brasil quase que inexiste educação para crianças de e 4 a 5 fora das capitais. Esse modelo pode ser copiado para qualquer lugar do mundo e pesquisas comprovam que crianças que têm acesso ao conhecimento nesta idade, terão desempenho escolar superior. Isso vai impactar muito intensamente a educação no Acre nos próximos anos. Takemoto lembra ainda que de 2000 a 2005, o Acre obteve o segundo melhor lugar  no Índice de  Desenvolvimento Humano de Educação  no PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.          

Neste primeiro ano, o Estado entra com material e as prefeituras com o pagamento dos professores. Cada um vai receber um salário mínimo. "Mas no ano que vem as crianças entram no censo escolar e as prefeituras passam a receber recursos do Fundeb", esclarece a secretária de Educação Maria Corrêa. Os municípios atendidos nesta primeira etapa do projeto são: Acrelândia, Assis Brasil, Brasiléia, Plácido de castro, Jordão, Manuel Urbano, Feijó, Rodrigues Alves, Mâncio Lima e Tarauacá.

 

 

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