Estado é primeiro a firmar o compromisso na região Norte e Rio Branco, a segunda capital. Binho e Angelim criam Programa de Aquisição de Madeira Legal na prefeitura e no Governo
O Acre é o primeiro a aderir ao programa Estado Amigo da Amazônia, e Rio Branco, a segunda capital da região Norte a assumir o compromisso cujo objetivo é a criação de uma nova política de compra de madeira e a promoção do uso responsável de produtos de origem florestal visando o fim da madeira ilegal e predatória. O termo de adesão foi assinado na manhã desta segunda-feira, 30, pelo governador Binho Marques, o prefeito Raimundo Angelim e a Fundação Getúlio Vargas/Rede Amigos da Amazônia.
Marques e Angelim assinaram também os decretos de âmbito estadual e municipal criando grupos técnicos do Programa de Aquisição de Madeira Legal, ato que transforma a atividade de compra em política pública. Integrantes de secretarias da Prefeitura de Rio Branco e do Governo do Acre integram os respectivos GTs. "Estamos dando mais um passo no caminho que traçamos anos passados", disse o governador, lembrando a luta de pioneiros como Wilson Pinheiro e Chico Mendes, e o panorama da questão ambiental da atualidade, marcada pela urgência de ações de enfrentamento às mudanças climáticas globais. O Brasil, segundo a FGV, é o quarto maior emissor de gás carbônico na atmosfera, situação que agrava o aquecimento do planeta. Esses gases provem em grande parte das queimadas na Amazônia. "Não é só questão de mercado mas devemos pensar na qualidade de vida das pessoas", observou Angelim.
O compromisso reafirma a responsabilidade do Acre com o desenvolvimento sustentável. Há doze anos, apenas 4% da madeira produzida no Estado tinha origem legal, número que em 2009 chegou a 90%. "Hoje a gente abre caminho que consolida compromisso do Estado com a sustentabilidade, inclusão social e responsabilidade com o meio ambiente", disse Carlos Ovídio, secretário de Florestas do Acre. "A adesão ao programa Estado Amigo da Amazônia e Cidade Amiga da Amazônia define nossa estratégia de atuação", completou.
"É com prazer que a gente diz que esses programas contribuem para transformarmos o Acre em um Estado livre da madeira ilegal. Esta parceria cria um círculo virtuoso", disse Adriana Imparato, representante da Fundação Getúlio Vargas e da Rede Amigos da Amazônia. Segundo a FGV, um terço da madeira produzida no País é consumida pelo poder público brasileiro, governos federal, estaduais e municipais.
Participaram da cerimônia secretários do município e do Estado, representantes de organizações ligadas à luta ambiental e lideranças empresariais, como o presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac) João Francisco Salomão.
