Acre: de seringal a estado do futuro

Por Marcos Jorge Dias

Quando os primeiros aventureiros chegaram a este lado oeste do que ainda não era Brasil, fincaram quatro estacas e fizeram uma cobertura com palhas. Estava feito o abrigo. A intenção era passar um tempo, fazer fortuna e voltar para a terra de origem. Foi essa concepção que deu origem aos seringais do Acre.

A extração do látex – matéria-prima essencial do mundo que vivia a revolução industrial – o surgimento do automóvel, a necessidade de pneumáticos e outras manufaturas que tinham sua base de industrialização no leite da Hevea brasiliensis, ou seringueira, como é mais conhecida, gerou fortunas incalculáveis. 

Onde corre dinheiro, tem comércio. Tal qual abelhas em busca do néctar das flores para fazer mel, os regatões subiram os rios e igarapés com suas mercadorias vindas de cidades distantes como Belém, Rio de janeiro e até de outros países. 

Eram sírios, libaneses, árabes e nordestinos de várias procedências. Todos ávidos em pôr a mão no dinheiro que circulava nas matas acreanas, gerado pela atividade do extrativismo. Comerciantes que deram origem a essa mistura de cultura, costumes e uma arquitetura que faz do Acre um lugar único.

Essas lembranças são a base do nosso passado e não podemos deixar de ter orgulho da nossa história. Contudo, chegou a hora de olhar para a frente e construir um estado moderno, com base em uma economia que ofereça ao povo acreano um futuro de esperança e bem-estar social.

A consolidação da atividade pecuária no estado e a ligação com os países vizinhos (Bolívia e Peru) é um grande avanço no desenvolvimento da região. O acesso aos portos do Oceano Pacífico irá fomentar a economia, não só do Acre, mas de toda essa parte oeste da Amazônia. Nesse sentido, o governo não tem medido esforços para que nos próximos anos o Acre venha a ser um grande centro econômico. A começar pela próxima Expoacre, que neste ano será realizada entre os dias 30 de julho a 7 de agosto e tem uma expectativa de movimentar cerca de R$ 100 milhões.

A capital, Rio Branco, é hoje uma cidade cosmopolita que está em expansão com uma nova arquitetura sólida no meio da floresta. Gente de várias partes do Brasil e do mundo estão chegando para viver e investir aqui porque acreditam que o Acre é o estado do futuro.

 

Marcos Jorge Dias é professor licenciado em letras português-espanhol, especialista em gestão pública e mestrado em Estado, governo e políticas públicas

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