Acre comemora Dia do Artesão com resultados de investimentos no setor

Carlos Afonso, artesão desde 1982 no Acre (Foto: Alexandre Noronha/Secom)

A data 19 de março é marcada como o Dia Mundial do Artesão e também faz alusão ao Dia de São José, tido como o padroeiro dos profissionais do segmento.

No Acre, a celebração se dá pelo registro do que foi conquistado nos últimos anos em razão de investimentos feitos no setor, como valorização ao trabalho daqueles que tudo podem criar e transformar a partir das próprias mãos.

Em cinco anos o artesanato acreano deu passos largos e conquistou mercados dos grandes centros comerciais do Brasil. Parte desse processo se deu graças ao olhar cada vez mais atento de instituições públicas e privadas interessadas em fortalecê-lo.

Artesanato acreano conquistou mercados nacionais (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Nesse sentido, nasceu a Coordenação do Artesanato Acreano – atualmente vinculada à Secretaria de Estado Pequenos Negócios (SEPN) –, que com o apoio do gabinete da primeira-dama Marlúcia Cândida e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), deu impulso ao desenvolvimento do projeto Acre Made in Amazônia, levando a identidade cultural das peças produzidas por profissionais acreanos para o campo dos negócios nacionais.

Investimentos, capacitações e conquistas

Artesãos ganharam endereço fixo no shopping de Rio Branco (Foto: Diego Gurgel/Secom)

O fomento a partir de políticas públicas e incentivo à formalização de empreendimentos que surgiram na área do artesanato, bem como a promoção de capacitações e a consultoria técnica fornecida em clínicas de design trouxeram o conceito da inovação aliada à valorização da regionalidade.]

Investimentos impulsionaram o desenvolvimento do setor, que já possui centenas de artesãos cadastrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab).

A loja no Via Verde Shopping – Artesanato Acre Made In Amazônia -, que completou um ano de funcionamento em dezembro de 2016, e as feiras mensais, também no shopping há mais de um ano, são parte desse esforço de difundir o trabalho dos artesãos.

Feiras no shopping deram mais visibilidade ao setor (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Em 2016 a venda de peças artesanais aqueceu a economia no estado ao movimentar mais de R$ 1,5 milhão. Ao todo, foram investidos diretamente no segmento mais de R$ 800 mil, entre recursos próprios do Estado e convênios com o Sebrae.

Mais de dez cursos foram realizados para o aperfeiçoamento de artesãos em Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Senador Guiomard e Acrelândia.

Reconhecimento

Clínicas de design levam artesãos ao aperfeiçoamento (Foto: Angela Peres/Secom)

O resultado dos investimentos foi visto nas quatro feiras nacionais das quais o Acre participou naquele ano. Em outubro, por exemplo, o artesanato acreano foi campeão de vendas na Feira Brasil Original, em São Paulo, com a comercialização de mais de R$ 300 mil em peças.

Já em dezembro, a 27ª edição da Feira de Artesanato Mãos de Minas, também teve a presença do Acre, que ocupou o terceiro lugar de vendas.

No mesmo ano, quatro artesãos acreanos receberam o Prêmio Top 100 Sebrae, no Rio de Janeiro (RJ). Não é a primeira vez que acreanos recebem o mérito, que além de promover a divulgação comercial dá direito à prioridade nas inscrições em editais abertos, com a utilização do selo “Prêmio Top 100 Sebrae”, por três anos.

“Temos colhido os frutos do esforço que tem sido feito pelo governo para promover a valorização dessa profissão tão essencial e que tem levado o nome do Acre a ser reconhecido pela criatividade e pela inovação, não apenas com os investimentos, mas com as parcerias de interesse em comum. Ainda temos desafios e um deles é fazer com que os acreanos valorizem mais o trabalho da sua terra, cada vez mais aperfeiçoado e cheio de identidade cultural”, destaca o secretário de Pequenos Negócios, Henry Nogueira.

Elas criam, recriam e dão sua contribuição ao planeta

Não se sabe se o amor imprime vida à arte ou se a arte é o próprio amor. O certo é que existe essa relação e, por isso, cada artesão impõe sentimento ao que produz.

É assim para as irmãs Lucélia Maia e Regina Maia, que juntas montaram o Ateliê Arte Criativa há quase dois anos. Com o dom que herdaram de outras gerações, encontraram uma forma de aliar o artesanato com o conceito da sustentabilidade.

“Artesanato é terapia”, afirma Regina.

Com profissões que iam da área da licenciatura à engenharia florestal, elas enveredaram pelos caminhos do artesanato como opção que fizeram para a vida devido ao amor pela arte de criar.

“A gente percebe que a profissão está sendo valorizada no estado. É uma causa que está sendo abraçada por muitas mãos e acredito que no futuro tem tudo para se fortalecer mais, porque todas as portas estão abertas para isso”, frisa Regina.

Mais que criar, reinventar. Reaproveitar peças. Foi com essa ideia que desenvolveram o projeto Arte Sustentável, ao incentivar clientes a trazer peças que seriam descartadas para o lixo, oferecendo-lhes desconto na compra de produtos.

Ateliê trabalha com o reaproveitamento de material (Foto: Alexandre Noronha/Secom)

“O que as pessoas veem como uma tampa de uma lata de leite que iria para o lixo, a gente vê como um móbile pra fotografia ou como um porta-copos, por exemplo. Então, os clientes nos ajudam e nós ajudamos o meio ambiente”, frisa Lucélia.

Assim, as artesãs reciclam e remodelam diferentes tipos de material, até madeira de demolição. Com a aposta na cartonagem e a inserção de sementes regionais, o trabalho do ateliê já foi apreciado durante a Expoacre 2016 e agora pode ser encontrado nas feiras do shopping.

“Artesanato é uma terapia. Todos os problemas são esquecidos em apenas alguns minutos em que a gente senta para produzir algo. Carrega nosso amor, carinho, dedicação, paciência e todas as boas energias”, finaliza Regina.

Projeto Arte Sustentável dá sua contribuição ao planeta (Foto: Alexandre Noronha/Secom)

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