Glauber Abecassis*
Em se tratando do campo profissional, não há nada melhor na vida de um funcionário do que trabalhar com aquilo que gosta e que lhe dá sensação de satisfação.
Pois bem, esse é um exemplo do vasto e complexo mundo da gestão de pessoas, em que o chefe imediato deve perceber ou pelo menos tratar de conhecer o perfil profissional de seu colaborador.
Um servidor bem alocado, cujo coordenador direto percebe onde o referido pode produzir mais é muito interessante para o alcance das metas estipuladas pela administração pública.
Metas? Sim, metas. Muitos podem pensar que o setor público não possui metas. Possui sim, e estão em leis. O PPA (Plano Plurianual), a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e a LOA (Lei Orçamentária Anual) foram instituídos pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 165, e formam o Modelo Orçamentário Brasileiro, mas vamos voltar ao nosso foco inicial.
O funcionário que está descontente em seu local de lotação tem a tendência de dar prejuízo para ambas as partes, quais sejam: o mesmo que não rende o que pode produzir e o Estado que não apresenta resultados que a sociedade espera e precisa.
A administração de forma geral precisa de chefes que não enxerguem apenas as falhas, mas que impulsionem, tragam desafios, sentem à mesa de debates e expliquem estratégias, gerem confiança e tenham confiança no trabalho de seu liderado, além de acreditar no potencial recurso humano que pode ser explorado sem explorá-lo. Isso é basilar para o sucesso de sua equipe.
Assim, apontamos, como no início, a grande complexidade que é gerir pessoas, observar perfis e, a partir de competências e habilidades, incentivar o treinamento constante dos profissionais. Por isso, batemos tanto na tecla da capacitação e da formação em serviço.
Olhando de outra perspectiva, uma questão importante a ser analisada é que não importa quantas especializações a pessoa tem em seu currículo, mas sim quais delas são usadas para o desenvolvimento de seu trabalho.
Tudo precisa de um estudo e de tempo. Como nos ensina o professor Pedro Demo: “Todo diagnóstico é incompleto, mas é através dele que temos como buscar o tratamento”. Assim é, na Medicina, na oficina, na escola … na vida. Se identificarmos o problema, temos como buscar a solução para o mesmo ou no mínimo tentar saneá-lo.
Glauber Nilson Abecassis* é gestor de políticas públicas, formado em Ciências Biológicas e em Direito, especialista em Educação de Jovens e Adultos e em Ensino de Biologia e Química e mestrando em Ciências da Educação. Atualmente, é chefe do Departamento de Formação e Capacitação do Servidor da Secretaria de Planejamento e Gestão do Acre