Indígenas do Acre, Rondônia e Mato Grosso participam de oficina de informática

Representantes das etnias Yawanawá, Huni Kui, Kanoe e Suruí conhecem ferramentas de linguagem virtual

 

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Finalidade da oficina é capacitar os participantes em conhecimentos básicos de informática, como programas de texto e imagem (Foto: Assessoria/CPI)

O curso Práticas de Informática e Produção Cultural, realizado no Centro de Formação dos Povos da Floresta (CFPF) da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/AC) de 3 a 14 deste mês, está sendo ministrado para 20 indígenas representantes das etnias Yawanawá e Huni Kui * (Kaxinawá), do Acre, Kanoe de Rondônia e Suruí de Rondônia e Mato Grosso.

A oficina é a segunda ação do projeto Pontos de Cultura Indígena, realizado pela Rede Povos da Floresta em parceria com o Ministério da Cultura, Funai e Associação de Cultura e Meio Ambiente (ACMA). O projeto prevê a doação e instalação de três computadores, placas solares, antena para internet, máquina fotográfica e filmadora nas aldeias. Com esses equipamentos, serão formados os pontos de cultura, centros de produção e difusão cultural coordenados pelos indígenas.

A finalidade da oficina é capacitar os participantes em conhecimentos básicos de informática, como ligar e desligar o computador e trabalhar com programas de texto e imagem. Além disso, serão oferecidos treinamentos em sites de pesquisa e divulgação de vídeos e em programas de comunicação e visualização geográica.

Para Dominique Aguiar, coordenadora de campo da Rede Povos da Floresta, "a oficina vem para abrir o conhecimento e a visão deles para o que é o computador e como eles vão interagir com essa máquina, no enfoque baseado na junção da informação com a cultura".

Meu Ponto de Cultura

O resultado da oficina, que se encerra no próximo dia 14, será a produção de um jornal e um blog chamados Yumaki *. O curso também acontece nos municípios de Marechal Thaumaturgo (AC) e São Gabriel da Cachoeira (AM). O projeto implantará um total de 30 pontos de cultura na região, divididos em três polos, na qual cada uma das cidades está capacitando representantes de dez pontos.

"Lá na aldeia a gente vai trabalhar com a história dos nossos antepassados, que não sabemos hoje, e vamos desenvolver na comunidade. Todos os jovens vão contar histórias para os filhos, quando tiverem", conta Alderico Yawanawá, da aldeia Nova Esperança, em Tarauacá. José Nilson Kaxinawá, da aldeia São Vicente, diz que vai utilizar o ponto de cultura para dar continuidade ao que vinha fazendo, como "gravação de CDs com cantorias do cipó para o fortalecimento da cultura, trabalho audiovisual, pesquisa e publicação de material didático para professores".

Sueli Jaboti Kanoe veio da aldeia Ricardo Franco, em Guajará-Mirim (RO), e também pretende resgatar os costumes tradicionais através de cartilhas, CDs, danças e língua materna. "Estou achando ótima essa oficina. Valeu o esforço para estar aqui desenvolvendo e aprendendo coisas novas para levar à minha comunidade", afirma. "É importante valorizar esse trabalho porque são as identidades do povo indígena que ele vai fortalecer. Mostraremos o que é o povo indígena Suruí para a sociedade local, nacional e internacional", conta Gasodé Suruí, da aldeia Lapetanha.

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