No Projeto de Assentamento Espinhara I agricultores utilizam a mucuna ao invés do fogo para preparar a terra
João Santos Martins é produtor rural e há seis anos começou a plantar mucuna em uma área utilizada como pastagem por 19 anos. A leguminosa é uma das alternativas ao uso de fogo para preparar a terra para o cultivo de arroz, feijão, mandioca e milho. “Desde que comecei a usar a mucuna abandonei a prática do fogo. Os resultados são gradativos na questão da produção e do trabalho em prol da comunidade”, destaca o produtor.
Para conhecer o trabalho que vem sendo realizado no Projeto de Assentamento Espinhara I no Bujari, produtores rurais do Alto e Baixo Acre participaram de um Dia de Campo nesta quinta-feira, em uma atividade realizada pelo Governo do Estado através da Secretaria de Extrativismo e Produção Familiar (Seaprof). Eles puderam conhecer as experiências de três produtores que utilizam a mucuna. Somente no Espinhara mais de 200 produtores já incorporaram a práticas às suas atividades.
“A proposta da atividade é mostrar aos produtores que existem alternativas viáveis ao uso indiscriminado de fogo. Nosso objetivo é compartilhar as experiências para que elas possam ser multiplicadas no Estado”, enfatizou o engenheiro agrônomo da Secretaria de Extensão Agroflorestal e de Produção Familiar, Diogo Sobreira.
Para o presidente da Associação dos Produtores Rurais Paraíso Remansinho, Antônio José, a troca de experiências e de informações é muito importante. “Vamos repassar o que estamos vendo nessas propriedades aos demais produtores da nossa região”. Ele garante ainda que a partir do próximo mês os produtores da Transacreana darão início ao plantio da mucuna.
A utilização da leguminosa é uma das alternativas apresentadas aos produtores acreanos para o não uso do fogo. A mucuna atua na reincorporação de solos no sistema produtivo, e dentre as vantagens da adubação verde estão a proteção do solo contra a erosão e a incidência direta dos raios solares; a diminuição da infestação de ervas daninhas; a adubação natural do solo, principalmente com a fixação de nitrogênio; e ainda o aumento da capacidade de infiltração e armazenamento de água no solo.
“Essa é uma experiência que está dando certo há seis anos. A minha área era só sapé, eu já consegui tirar dele arroz, milho e feijão. Não uso mais fogo e não estou agredindo o meio ambiente. E ainda assim, todo ano eu tenho a minha produção garantida”, comemora o agricultor Francisco Ferreira. O produtor João Santos Martins completa dizendo que se mais produtores chegarem a conclusão de usar a mucuna a agricultura no Acre vai melhorar.
A Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal desenvolvida e defendida pelo Governo do Estado com ênfase na importância da Certificação das propriedades rurais também foi apresentada aos produtores do Alto e Baixo Acre.