Deracre: ações sociais para minimizar impactos na floresta

Deracre busca parcerias para levar ações sociais à BR-364, como o Projeto Cidadão, o Saúde Itinerante, e os serviços do Navio Hospital Dr. Montenegro

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Equipe da Marinha do Brasil é uma das parceiras levando serviços de saúde, como de higiene bucal, às famílias da região (Foto: cedida)

A BR-364, no trecho de Rodrigues Alves a Tarauacá, existem 03 florestas estaduais. Na área vivem cerca de 400 famílias. O Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre) atua na área, na conservação da rodovia, nos ramais e nas cidades. As atividades do órgão são de grande importância para o desenvolvimento da região, e para minimizar estes impactos, o setor de assistência social do Deracre vem promovendo desde 2007, várias atividades sociais e de integração entre as comunidades existentes no entorno, sejam elas de ribeirinhos, indígenas ou moradores das florestas. Os povos indígenas Katuquina, Kaxinawa e Nukini já receberam ações do órgão.

Segundo conta a técnica em ação social, Mara Lucia Rodrigues e Silva, o Deracre busca parcerias para levar ações sociais à BR-364, como o Projeto Cidadão (que já realizou 05 atendimentos desde 2007), o Saúde Itinerante, Navio Hospital Dr. Montenegro, etc.

Com as intervenções do Projeto Cidadão – informa Mara Lúcia – quase 100% das pessoas da região já estão documentadas. Ela diz que neste ano o Projeto Cidadão vai se voltar mais para atender os indígenas da região, muitos deles ainda sem documentos. O povo Katuquina já recebeu atendimento do Projeto Cidadão, especialmente para tirar a Carteira de Identidade e CPF. 

A ação social do Deracre ainda procura orientar as famílias em relação aos seus direitos de cidadão como auxílio-maternidade, bolsa-família e obtenção de passagens em viagens pelo TFD. Conta Mara que muita gente que vive na floresta não sabe seus direitos aos benefícios sociais.

O Deracre tem parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e mantém dois técnicos em enfermagem atuando nos postos de saúde do rio Acuraua e Liberdade.

Outro arco de atuação refere-se à educação ambiental, com ações nos rios Liberdade, Acuraua e no trecho que vai do rio Jurupari até Manuel Urbano. Nos encontros com as comunidades são abordadas questões como destinação do lixo, reciclagem, aquecimento global, fauna, flora, manejo florestal, etc.

O objetivo, conta Mara, é fazer com que as 420 famílias já cadastradas permaneçam na área, defendam a floresta, evitando sua devastação.

Para apoio aos moradores das florestas, o Deracre mantém um viveiro de espécies nativas e frutíferas. Localizado no rio Liberdade, o viveiro tem capacidade para 100 mil mudas e já distribuiu milhares delas. Na atualidade existe cerca de 10 mil mudas disponíveis, entre elas mogno, cerejeira, jatobá, ingá, cupuaçu, caju, açaí, patoá, abacaba, etc. As mudas são doadas e os interessados ainda contam com a assistência técnica da Secretaria Especial de Florestas.

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Agentes de trânsito fazem orientação a motoristas e moradores da área trabalhando a conscientização (Foto: cedida)

A PMAC em parceria com o Deracre também atua permanentemente na área. Existe uma patrulha volante da PM e uma base fixa no rio Acuraua. O trabalho no setor está mais voltado à conscientização para que não haja venda de bebidas nos estabelecimentos da margem da rodovia e também com campanhas educativas de trânsito.

O Deracre vem realizando torneios de futebol e voleibol entre as associações e escolas da área. Todos os anos as associações desportivas recebem um kit esportivo.

Atendimento da Marinha

O Deracre tem dois acampamentos no trecho. Um deles está situado no rio Liberdade e foi cedido para a Secretaria de Educação enquanto o outro, situado no rio Gregório, é a base de apoio do órgão para as obras de conservação e ao mesmo tempo serve de apoio às atividades sociais.

Na primeira semana deste mês, o Deracre articulou o atendimento da equipe médica e odontológica do Navio Hospital Dr. Montenegro.O atendimento durou uma semana e atendeu em dois pontos, na ponte do rio Gregório e na aldeia Katuquina, tendo atraído as comunidades próximas e os ribeirinhos. Foram milhares de procedimentos médicos e odontológicos, exames (inclusive de malária) e vacinação.

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