Avaliação positiva abre novas perspectivas de mercado e insere os dados do Estado no Programa de Qualidade Nelore Natural
A 12ª etapa do Circuito Boi Verde de Julgamento de Carcaças foi realizada em Rio Branco entre os dias 25 e 26 de novembro. A avaliação e o abate técnico aconteceram no Frigorífico Santa Marina. Foram analisados 160 animais de sete pecuaristas acreanos. O circuito faz parte do Programa de Qualidade Nelore Natural (PQNN), criado em 2003 com a proposta de oferecer ao mercado um produto diferenciado e padronizado.
De acordo com o gerente de produção da Associação dos Criadores de Nelore no Brasil (ACNB), Guilherme Alves, a avaliação é realizada em duas etapas. Na primeira, o rebanho vivo é analisado, evidenciando a homogeneidade do lote levado para abate, a caracterização racial e o grau de acabamento dos animais. Na segunda etapa, avaliam-se a classificação da carcaça, parâmetros da raça, idade, peso e acabamento. Essas características apontam os produtores campeões.
“A avaliação mostra o potencial dos Estados para produzir carne de qualidade”, disse Guilherme Alves. O gerente destacou ainda que um dos diferenciais que pôde acompanhar no Acre foi a criação do rebanho sem suplementação – o rebanho é criado apenas a pasto.
O PQNN é desenvolvido pela Associação dos Criadores de Nelore no Brasil tem o objetivo de orientar os produtores quanto ao padrão animal demandado pelo mercado, contribuir para a melhoria da matéria-prima que chega à indústria e fornecer ao mercado um produto diferenciado, com origem conhecida e qualidade controlada.
Para o presidente do Instituto de Defesa Agroflorestal (Idaf), Paulo Viana, o abate técnico e a inclusão dos pecuaristas do Acre no PQNN abrem perspectiva para novos mercados. “O Governo atua na retaguarda e na fiscalização para que o Estado mantenha o status de zona livre de aftosa com vacinação”, destacou.
Boi criado a base de capim
As exigências de mercado trouxeram à tona alguns conceitos novos para a pecuária brasileira, entre eles o de boi natural ou boi verde. O boi verde é criado com pastagens da região, e apenas quando está próximo do abate o gado recebe alimentação no cocho à base de grãos ou silagem com caroço de cereais como fontes de proteína.
“Precisamos trabalhar com mais ênfase essa questão no Estado”, ressaltou o pecuarista acreano Francisco Sales. Segundo ele, a presença da Associação dos Criadores de Nelore no Brasil permite a maior integração dos produtores, governo e frigoríficos em busca de uma produção com mais qualidade. “A produção que leva em conta as questões ambientais tem mais valor agregado e garante o mercado externo, que é nosso alvo.”
Para o presidente da Associação dos Criadores de Nelore no Acre, Carlos Frota, o Circuito Boi Verde permite que os pecuaristas conheçam seus produtos e apresenta novos nortes para que a produção atenda as normas e exigências do mercado nacional e internacional. “Isso nos abre mercados. Já existem redes de frigorífico nos quais 90% do abate é destinado ao Programa Qualidade do Nelore Natural. É um mercado garantido”, comemora o presidente.
