Emoção marca lançamento do livro Verdes Frutos

Dezenove crianças e jovens do bairro Chico Mendes vêem trabalho publicado em livro de poesias

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Gregório Filho, um dos criadores da Casa de Leitura Chico Mendes emociona o público ao lembrar o início do projeto. Foto: Angela Peres/Secom

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Senador Tião Viana, com a família: "Espaços como esses mudam os valores das gerações". Foto: Angela Peres/Secom

A Casa de Leitura Chico Mendes, situada na rua Gregório Filho no bairro do mesmo nome, provou na noite desta sexta-feira que é possível envolver a comunidade na produção de leitura e escrita. Verdes Frutos, livro lançado hoje e que reúne poemas de 19 crianças da comunidade, é resultado de um esforço coletivo de pessoas que acreditam no projeto. As poesias publicadas falam de amor, solidão, paixões arrebatadoras e da natureza.

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Jardel Nascimento, 15 anos, mora em frente à casa e freqüenta o local desde que abriu em 2005. Ele recebeu das mãos do governador Binho Marques o certificado "Verdes Poetas", que atesta a participação das crianças no livro. São dele, oito das 43 poesias publicadas. "Falar e escrever são coisas complicadas, mas tenho mais facilidade para escrever. Essa noite foi importante porque mostramos nosso talento, o nosso trabalho", disse o garoto. Para o governador Binho Marques é muito gratificante ver o resultado desse trabalho refletido em crianças e jovens responsáveis por levar adiante este sonho.

Idealizador da Casa de Leitura Chico Mendes, Gregório Filho participou do lançamento. Ele acredita que iniciativas como estas dão a sensação de que possível envolver a comunidade na promoção da leitura e da escrita de forma tanto de forma emocional quanto intelectual nas crianças para além da sala de aula.

"A casa de leitura é uma luz na vida das crianças", avalia a empregada doméstica Maria Eliane, mãe de Emmanuele Moura, 11 anos. Ela que passa o dia longe de casa fica tranqüila sabendo que os filhos recebem atenção especial e podem ser estimuladas a ler e estudar cada vez mais.

A Casa de Leitura Chico Mendes abre as portas, não só para abrigar leitores, mas expectadores de peças teatrais e de fantoches, ouvintes de histórias, aprendizes de artes diversas. "Essa casa tem um sentido muito maior do que estimular a leitura. Isso muda completamente os valores das gerações", diz o senador Tião Viana, um dos idealizadores e promotores do projeto. Mudou os valores de Niele da Silva Sousa, 11 anos, que começou a escrever este ano depois de ler muitos livros infantis e de poesia. Viana ressalta que emendas parlamentares já garantiram a criação de mais 13 casas de leitura no Acre.

O livro Verdes Frutos tem projeto gráfico da Companhia de Selva e foi editado em papel reciclado pela Edições Bagaço, com intermediação do publicitário Gilberto Braga que aderiu à idéia de ver a poesia da "meninada" reunida. Participaram da apresentação dos jovens poetas também a professora e escritora Robélia Fernandes; o músico e presidente da Fundação Elias Mansour, Daniel Zen; a escritora e diretora do Procon, Francis Mary e a professora e historiada Fátima Almeida.

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Jovens poetas autografam livros para escritores que os inspiraram, como a professora Robélia Fernandes. Foto: Angela Peres

 

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