Por Marcos Jorge Dias
A solenidade comemorativa dos 60 de Estado do Acre reuniu autoridades civis, militares, alunos dos colégios militares da capital, familiares e o público em geral no calçadão da Gameleira.
O sol ainda brilhava soberano (como diz uma estrofe do hino acreano), por volta das 16 horas, quando o público, começou a chegar. Secretários de Estado, servidores e familiares, convidados, alunos e alunas dos colégios militares – perfilados em seus uniformes de gala – davam brilho e beleza ao evento.
O governador Gladson Cameli chegou passando a tropa de alunos militares em revista e, após as formalidades de praxe (composição do dispositivo de autoridades), teve início a cerimônia de retirada da bandeira antiga e o hasteamento da nova; ato que foi realizado pelos alunos do Centro de Ensino da Polícia Militar.
A primeira autoridade a fazer uso da palavra foi Lauro Veiga dos Santos, neto de Guiomard dos Santos, figura de relevância imprescindível na luta do Movimento Autonomista e que não mediu esforço para transformar o Território Federal em Estado federativo. As palavras de Lauro Santos foram de exaltação ao legado do seu avô e da importância dele enquanto homem público para o Acre e no seu amor por esta terra que escolheu para viver e constituir família.
Discursaram também o desembargador Luís Camolez, seguido pelo presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Nicolau Júnior. Ambos falaram do sentimento de orgulho em serem acreanos, ainda que o primeiro seja de coração, e de trabalharem pelo bem do estado e de todos os seus cidadãos.
Acre: um Estado diamante
O governador Gladson Cameli, por sua vez, emocionou a todos os presentes quando iniciou sua fala pedindo desculpas ao seu filho “pelas vezes que o papai não pode ir buscá-lo na escola” e a esposa (ambos presente no dispositivo) pelos dias que as vezes “chega em casa de cara fechada”, resultado do stress. Porque, das suas decisões depende a vida de muitas pessoas.
Irreverente, deu comando de descansar ao militares em forma e “zoou” com uma galera que estava lá para cobrar as promessas feitas e que, ainda, não puderam ser cumpridas; exaltou o trabalho dos professores e dos profissionais de saúde que durante a pandemia não deixaram de exercer incansavelmente seus trabalhos, mesmo pondo em risco a própria saúde.
De modo humilde, agradeceu a todos os que fazem parte de sua equipe de governo, pela dedicação ao serviço público e pelo enfrentamento dos problemas inerentes a gestão pública; ressaltou que a fé em Deus é a força que o faz levantar diariamente para o exercício da função de governador e pediu a todos que também tenham fé e esperança porque dias melhores virão. O Acre é um diamante. Um estado onde ainda há muito trabalho a ser feito, ou seja, lapidado.
Diante de um público atento, as margens do rio Acre, sob um céu multicor do cair da tarde, o chefe do estado falou como um homem simples, da alegria de estar naquele momento compartilhando os sentimentos pelos 60 anos do Estado e pelas muitas lutas vencidas pelo povo acreano ao longo de sua história.
Sem a formalidade do discurso escrito, falou emocionado de maneira emocionante na solenidade que terminou com um convite para a abertura da Galeria de Artes Juvenal Antunes e para a exposição do artista Jorge Rivasplatasobre sobre a revolução acreana. Uma festa cívica como há muito tempo não se via na capital do Acre.
Marcos Jorge Dias é professor licenciado em letras português-espanhol, especialista em gestão pública e mestrado em Estado, governo e políticas públicas