Há poucos dias, a caminhoneira Leonice Amorim percorreu três mil km, de Rio Branco a Brasília (DF), para que o artesanato acreano fosse exposto no Salão do Artesanato – Raízes Brasileiras, na capital federal.
“São cinco dias e quatro noites de viagem. É um trabalho árduo e perigoso, mas prazeroso. Eu amo o que faço, e os motoristas de outros estados ficam chocados com a minha coragem”, conta Leonice.
A motorista, servidora do Estado, lotada na Secretaria de Empreendedorismo e Turismo (Seet), há quatro anos responde pela tarefa e já transportou o artesanato acreano também para feiras em Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP).
Leonice carrega a cultura do Acre para o Brasil. Admirada pelos artesãos acreanos por sua garra e determinação, a caminhoneira percorre as rodovias federais para levar os produtos do estado.
“Ficamos honrados por ser uma mulher que traz nossas peças. Ela tem responsabilidade e capricho e confiamos muito nela. E é também uma quebra de paradigma, pois a mulher é sim capacitada para fazer o que quiser, inclusive dirigir veículos pesados”, defende a artesã Adriane Aparecida da Silva.
Sem se importar com os obstáculos do caminho, a motorista afirma que a parte mais difícil de superar são as saudades do filho, de 4 anos de idade.
“A minha maior dificuldade é deixar meu filho por dias. Mas ele fica bem cuidado pela família. Quando retorno, mato as saudades. Eu faço o meu trabalho com o maior amor do mundo, levo essas peças com zelo e responsabilidade, pois sei o que elas representam para o estado e para os artesãos”, declara.
Ednilton da Silva, gerente comercial da empresa Marchetaria do Acre, destaca a confiança que tem na motorista. “Ela leva toda a nossa acreanidade, carrega meses de trabalho dos artesãos. Leva um pouquinho dos nossos corações, dos nossos sentimentos e também do nosso ganha-pão. O trabalho dela é muito importante, pelo compromisso que ela tem de entregar tudo direitinho”, afirma.
Durante visita ao Salão do Artesanato, na semana passada, o governador Gladson Cameli fez questão de abraçar a motorista. “Muito obrigado por sua dedicação ao estado. Você carrega mais do que artesanato, carrega a nossa cultura, carrega sonhos”, reconheceu.