Incremento de 18,6% de produção e de 40% da renda revertida aos pescadores confirma a consolidação do projeto
A segunda Feira do Pirarucu Manejado apresentou resultados positivos que começam a superar as expectativas das instituições parceiras e da comunidade de Manuel Urbano. A consolidação do projeto, desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e de Produção Familiar (Seaprof), WWF, prefeitura local, Colônia dos Pescadores Z-7 e famílias ribeirinhas, foi apresentada durante os três dias de evento.
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Parceiros enfatizam os resultados do manejo durante solenidade de lançamento da II Feira de Pirarucu Manejado. Foram comercializadas mais de duas toneladas do produto |
Neste ano, o período de pesca aconteceu entre os dias 4 e 15 de agosto, quando os pescadores capturaram 27 pirarucus, o que, segundo o técnico da Seaprof Leopoldo Lima de Oliveira representa a elevação de 30%, já que em 2007 foram pescados 21. A produção também teve um aumento significativo, passando de 1.781 quilos para 2,3 toneladas em 2008. “A renda dos pescadores será 40% maior com os resultados obtidos na segunda feira”, destacou o representante da Seaprof.
O secretário de Extensão e Produção Familiar, Nilton Cosson, enfatizou durante a solenidade de lançamento da feira que a política de Estado, que visa o fomento das atividades com foco na produção familiar, tem mais um exemplo em Manuel Urbano com o manejo do pirarucu, por meio da participação das famílias.
Cosson salientou ainda que o projeto viabiliza uma alternativa de renda aos pescadores e populações ribeirinhas, além de garantir a preservação dos lagos e da espécie.
“Nos próximos anos a equipe estará ainda mais sedimentada no processo de manejo. O governo trabalha para oferecer condições para a produção familiar e também fortalecer e contribuir com o desenvolvimento sustentável do Estado”, disse o secretário.
A pesca de um dos maiores peixes de água doce só é permitida no Estado uma vez por ano, no período que antecede a realização da Feira de Pirarucu Manejado. A fiscalização é realizada pelos próprios pescadores e moradores do entorno dos lagos. O Ibama, em parceria com o Governo do Estado e a prefeitura, capacitou 15 agentes ambientais voluntários que auxiliam no monitoramento e esclarecimento quanto à necessidade de preservação.
De acordo com o superintendente do Ibama no Acre, Anselmo Forneck, os resultados obtidos com o manejo mostraram na prática a importância dos acordos de pesca e da preservação do ecossistema e das espécies. “Os pescadores estão experimentando os resultados”, concluiu o representante do Ibama.
Antônio Oviedo, engenheiro agrônomo da WWF, conta que o trabalho de manejo do pirarucu em Manuel Urbano nasceu da necessidade de otimizar a produção e como forma de criar um modelo com resultados efetivos e que pudesse ser replicado em outras regiões. Segundo ele, é o papel da WWF é trabalhar com as instituições parceiras para gerar laboratórios com várias experiências. “Estamos na etapa de dinamização e expansão do projeto.”
Pescadores participam de seminário
Como parte da programação da II Feira de Pirarucu Manejado, foi realizado um encontro que reuniu 35 pescadores durante dois dias com o objetivo de avaliar as estratégias municipais de manejo de pesca. Participaram do seminário representantes do Governo do Estado, WWF, instituições envolvidas com manejo e lideranças comunitários, além dos pescadores.
“No ano passado o seminário tratou do assunto de forma estadual. O desafio de 2008 foi apresentar as políticas em escala municipal”, destacou o representante da WWF Antônio Oviedo.
Desde o início do projeto, pesquisas e estudos vêm sendo realizados nos lagos da região para detectar o potencial de pesca. Um dos pontos já identificados refere-se ao fato de que em alguns lagos a população tem gasto menos tempo para capturar uma quantidade maior de peixes.
Para o gerente da Seaprof em Manuel Urbano Augustinho Fortunato, a participação das famílias tem sido primordial na construção e na execução dos acordos de pesca.
Os acordos prevêem os instrumentos que podem ser utilizados na pesca, o período, a quantidade e o número de canoas. “Nesses encontros podemos aprofundar as discussões e avaliar se o acordo está atendendo as necessidades”, destacou Marcelo Apel, da Seaprof.
Produção
2007 | 2008 | |
Número de peixes (un) | 21 | 27 |
Produção (kg) | 1787 | 2300 |
Lucro (R$) | 8725 | 12400 |