Balanço apresenta monitoramento dos casos de monilíase em propriedades do Acre

No último dia 8 de julho, a notícia da existência de casos de monilíase, doença causada pelo fungo Moniliophthora roreri, no Acre gerou preocupação em autoridades estaduais e nacionais. Os ataques a pomares de cacau e cupuaçu, identificados na área urbana de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, foram os registros dos primeiros focos da doença vegetal no Brasil.

Os primeiros focos de monilíase no Brasil foram detectados no Acre e divulgados pelo Mapa dia 8 de junho. Foto: Erisney Mesquita/Secom

A partir disso, o governo do Acre, por meio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizou uma força-tarefa para identificar a via de acesso do fungo Moniliophthora roreri ao país e a sua trajetória para, posteriormente, definir ações para erradicar os focos da praga desencadeada.

Equipes em força-tarefa para localizar novos focos da doença na região do Juruá. Foto: Erisney Mesquita/Secom

Em reunião nesta quinta-feira, 26, realizada no auditório do Teatro dos Náuas, em Cruzeiro do Sul, as equipes expuseram, por meio de estudos, o monitoramento dos focos da doença. Segundo o levantamento, pessoas que carregavam material vegetal contaminado trouxeram, possivelmente, o fungo do Peru para o Brasil. O estudo aponta ainda a existência de um foco principal, que compreende quatro propriedades de Mâncio Lima, e outro secundário, registrado em duas propriedades de Cruzeiro do Sul.

O diretor do Departamento Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, Carlos Goulart, relata que o quadro atual da doença é de relativa tranquilidade e que o próximo passo será delimitar a área afetada pela praga na região.

Na tarde desta quinta-feira, 26, o balanço das equipes mostrou que a praga não afetou zonas de produção de cupuaçu e cacau do estado. Foto: Erisney Mesquita/Secom

“É uma doença que não se estabeleceu no país e saliento que não a detectamos nas zonas produtivas de cupuaçu e cacau do estado. Vamos continuar identificando os focos e tratando as plantas de forma permanente, até que se consiga erradicar a doença no país”, informou.

José Francisco Thum, diretor-presidente do Idaf, relata o empenho e o apoio do governador Gladson Cameli no trabalho de combate à monilíase. “De prontidão, o governador disponibilizou o que precisávamos para realizar os nossos trabalhos. Ele, ciente dos riscos sociais e econômicos que essa doença pode trazer para o Acre, criou um comitê de crise e baixou o decreto do Mapa, que declarava estado de emergência e risco sanitário nos estados do Acre, Rondônia e no Sul do Amazonas”, pontuou.

O governo pede colaboração para realizar os serviços de fiscalização, que visam evitar a propagação da doença no Acre e no Brasil. Foto: Erisney Mesquita/Secom

Thum faz alerta para os riscos da doença na região e pede o apoio da população para realizar as fiscalizações. “Pedimos que a sociedade entenda que o nosso trabalho não é feito para penalizar, mas para ajudar. Realizamos serviços de apoio e de auxílio, com o intuito de juntos resolvermos esse problema”, ressaltou.

A partir de segunda-feira, 30, o Idaf e a Polícia Militar farão barreira sanitária fixa próxima ao Rio Liberdade, com a intenção de evitar o escoamento de produtos que possivelmente estejam infectados pelo fungo.

 

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