O processo de faturamento é o retorno financeiro que o Ministério da Saúde envia à unidade, calculado em cima do valor de gastos apresentado
A organização e empenho de uma gestão comprometida com a qualidade do que se oferta à população fez com que o faturamento do Pronto-Socorro (PS) de Rio Branco, apenas neste mês de outubro, subisse para mais de R$ 2 milhões. Ao final de cada mês, a unidade apresenta ao Ministério da Saúde (MS) os dados de quantos pacientes deram entrada e o quanto foi gasto com cada um deles.
Essa logística de informação possibilita que o PS tenha um retorno do Ministério da Saúde, aliviando o orçamento do Estado e possibilitando que os recursos estaduais sejam investidos em outras áreas como aberturas de leitos e estrutura. Só no mês de outubro a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), por meio do PS, apresentou ao MS uma fatura de 2.235.817,20.
“Tudo o que foi feito com o paciente é informado ao Ministério da Saúde. Tem uma tabela de valores e ao final de cada mês essa base vai para o governo federal e, com esses valores que nós apresentamos, recebemos esse incentivo de volta”, explicou o diretor administrativo do PS, Michel Paz.
O trabalho de preenchimento e coleta de dados até chegar à equipe de faturamento, que é quem os lança no Sistema de Informações Hospitalares e no Boletim de Produtividade Ambulatorial do MS, começa desde quando o paciente dá entrada na unidade até o momento em que ele sai.
“E ele [MS] só ajuda se tiver essa apresentação, se tiver de fato apresentando a conta certinho, então, aumentamos o detalhamento dessas informações e, com isso, aumentamos também o nosso faturamento, o valor que o MS retorna para a gente”, explicou Michel Paz.
Em 2018, por exemplo, a média de faturamento mensal ficou em R$ 770.022,16. Já em 2019, a média aumentou para R$ 965.403,59. Em 2020, o faturamento mensal subiu para cerca de R$ 1.242.817,20. O Estado envia esses dados para o MS, que leva cerca de 3 meses para consolidá-los, sendo o mês de julho o último mês com dado consolidado.
Unidades de saúde estaduais e municipais também podem fazer o mesmo e angariar recurso do governo federal para melhorias. Segundo o diretor-geral do PS, Areski Peniche, a implantação do projeto Lean nas Emergências, do Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, contribuiu ainda mais para a organização que já havia dado o pontapé inicial pela equipe da unidade.
“Com a consultoria do projeto Lean pudemos melhorar ainda mais o nosso sistema de prontuários e as informações. Quanto mais clara e detalhada, melhor é a apresentação para o MS e maior o faturamento”, enfatizou o diretor.
É um esforço coletivo ressaltou Areski Peniche: “Não é só o diretor ou só um chefe de serviço. Todo mundo está se envolvendo, correndo atrás para fazer com que o PS tenha mais recursos e possa melhor atender a população”.