Plano de monitoramento visa reduzir internações de idosos e pacientes crônicos em UTIs Covid-19

Objetivo é diminuir em até 50% a incidência de contaminação, de internações e de mortes de idosos e em condições crônicas de saúde

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) implantará em dez dias um conjunto de ações que permitirá reduzir consideravelmente o número de internações de idosos e de pacientes com problemas crônicos nas UTIs Covid-19 do estado. Trata-se do Plano de Monitoramento Intensivo da População Idosa e Portadores de Doenças Crônicas na Atenção Primária no Período da Covid-19.

Idoso internado na UPA do Segundo Distrito com Covid-19 recebe os cuidados de profissional; com o plano de monitoramento, o objetivo é reduzir ao máximo o número de internações como essa nas unidades de referência para Covid-19 Foto: Odair Leal/Secom.

Assim como nos demais estados do país, no Acre as UTIs para o tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus são ocupadas, em sua maioria, por idosos e pessoas com problemas crônicos que podem ser tratados em casa, caso recebam assistência adequada nos primeiros dias da infecção.

Objetivo principal é diminuir em até 50% a incidência de contaminação, de internações e de mortes de idosas e em condições crônicas de saúde.

Idosos do Lar Vicentino; abrigo recebeu higienização, depois de um dos abrigados testar positivo para Covid-19; mobilização rápida dos agentes da Sesacre evitou que doença se alastrasse no asilo Foto: Odair Leal/Secom.

O plano, concebido pelo Departamento de Atenção Primária Políticas e Programas Estratégicos (Dape), órgão da Sesacre, contará com os municípios acreanos, que por meio de seus profissionais de saúde, vão fazer um acompanhamento diário desses grupos, tendo como meta desafogar os leitos de UTI que hoje são ocupados, em sua maioria, por esse público.

Idosos com suspeitas de Covid-19 em ambulância do Samu; cuidados com pessoas da terceira idade e pacientes com problemas crônicos estão previsto em plano de monitoramento Foto: Odair Leal/Secom.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, o Acre tem hoje 71.147 habitantes acima dos 60 anos. E o número alto de casos da doença nessa faixa etária ameaça constantemente de colapso o sistema público de saúde.

A iniciativa do Dape conta com o apoio das secretarias municipais de Saúde, tendo já aderido ao plano os municípios de Acrelândia, Bujari, Manoel Urbano e Sena Madureira.

Luiz Marinho, chefe do Departamento de Atenção Primária, Políticas e Programas Estratégicos da Sesacre, em apresentação do plano em um dos municípios do Acre Foto: Asscom/Sesacre.

“Basicamente, o foco será no acompanhamento diário dessas pessoas, desde os primeiros sintomas da doença. Além de outros profissionais, contaremos principalmente com os agentes comunitários de saúde e com os de combate de endemias, profissionais que estão bem perto da comunidade”, explica Luiz Marinho, chefe do Dape.

A lógica é a seguinte: medidas preventivas para que o idoso e a pessoa com problemas crônicos serão enfatizadas. Mesmo assim, em caso de contaminação, os agentes de saúde serão treinados para uma espécie de manejo clínico,  evitando que o estado de saúde do paciente se agrave e ele tenha que precisar de internação. Além das visitas domiciliares, o plano contará também com um sistema de call-center, em parceria com as secretarias de saúde.

Idosa em tratamento de Covid-19 na UPA do Segundo Distrito; com o plano de monitoramento, o objetivo é reduzir ao máximo o número de internações como essa nas unidades de referência para Covid-19 Foto: Odair Leal/Secom

Profissionais da Saúde Comunitária serão fundamentais

O plano de monitoramento a pacientes crônicos e idosos da Sesacre não é nenhuma revolução na Saúde. Mas foi projetado para ser trabalhado com o que há de mais importante e eficiente, que são os profissionais da ponta do sistema, de uma forma planejada, organizada e padronizada.

“A ideia é que, de posse dos dados dos pacientes, possamos tomar decisões corretas e em tempo oportuno, auxiliando ao máximo os municípios que necessitam do nosso apoio”, ressalta Marinho.

Unidade mista de saúde de Acrelândia, município que registrou um dos maiores focos na pandemia do novo coronavírus; município também aderiu ao plano de monitoramento Foto: Odair Leal/Secom.

O raciocínio é o de que nenhum sistema de saúde do mundo está preparado 100% para os efeitos da pandemia.

“Podemos ter 200 ou 400 respiradores, mas sempre teremos inúmeros idosos e pacientes com doenças crônicas. Por isso, o empenho das administrações municipais é importante para que possamos alcançar esse objetivo, o de salvar vidas sem congestionar os leitos de UTIs”, diz o diretor do Dape.

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