Grupo de estudos para despoluição do rio Acre e igarapés é criado pelo governo

Comitiva acreana será recebida na próxima semana, em Brasília, pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles; Objetivo do encontro é debater a liberação de recursos que serão destinados aos projetos de despoluição dos mananciais

Por meio do decreto 4.427, o Governo do Estado do Acre instituiu a comissão multidisciplinar de estudos para a despoluição do rio Acre, dos igarapés São Francisco e Maternidade e bacias hidrográficas. O principal objetivo do grupo é planejar ações que resultem na melhoria da qualidade da água destes mananciais.

Cabe ainda à comissão encontrar soluções que possibilitem a redução da carga poluidora provenientes do esgoto despejado sem tratamento, além do lixo urbano e de sedimentos das bacias hidrográficas. Também faz parte o acompanhamento dos trabalhos desempenhados e o desenvolvimento de projetos relacionados à captação de recursos para a execução de obras de infraestrutura.

Objetivo do grupo é planejar ações que resultem na melhoria da qualidade da água dos mananciais Foto: Odair Leal/Secom

Fazem parte da iniciativa a Administradora da Zona de Processamento de Exportação do Acre (AZPE-AC); Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema); Secretaria de Estado de Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano (Seinfra); Secretaria de Estado de Produção e Agronegócio (Sepa); Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa) e Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).

O engenheiro civil e administrador da AZPE-AC, Sebastião Fonseca, é o coordenador da comissão multidisciplinar. Ele explicou que as alternativas propostas futuramente para a despoluição do rio Acre e igarapés serão embasadas em estudos de engenharia e soluções técnicas. Na próxima semana, uma comitiva do Acre será recebida pelo Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para tratar sobre o tema.

“O governador Gladson Cameli está muito sensível a esta causa da despoluição do rio Acre e dos igarapés e tenho certeza que diferente de outros gestores, ele vai tratar este assunto com a seriedade que merece. Não tem justificativa uma capital localizada na Amazônia se encontrar nesta situação e a tendência é que se agrave ainda mais, caso nada seja feito. Estamos indo à Brasília na próxima quarta-feira, 16, juntamente com o secretário do Meio Ambiente, Israel Milani, o secretário de Infraestrutura, Thiago Caetano, e o senador Marcio Bittar para uma audiência com o ministro do Meio Ambiente para discutir a liberação de verbas para que possamos fazer estes trabalhos”, argumentou.

Durante visita ao Acre em junho deste ano, Ricardo Salles citou o descaso ao visitar o local onde todo o esgoto do igarapé da Maternidade é despejado in natura no rio Acre, na região central de Rio Branco. O ministro enfatizou que melhorar os índices ambientais urbanos é uma prioridade do governo federal e prometeu ajuda ao governo acreano por meio da destinação de recursos para a construção de estações de tratamento de esgoto.

Mananciais em situação de alerta

O rio Acre é um dos principais rios do estado e responsável pelo abastecimento de água nos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Porto Acre, Rio Branco e Xapuri. Mais da metade da população acreana depende da perenidade deste manancial como principal fonte abastecedora.

Em Rio Branco, os igarapés São Francisco e Maternidade recebem dejetos durante toda sua extensão urbana e estão entre os mais poluídos da capital acreana. O discurso de gestões passadas que tinham o meio ambiente como principal fator de desenvolvimento econômico e social fracassou e nem uma política pública voltada para a despoluição de rios e igarapés foi executada nos últimos anos.

“Há muitos anos que este problema vem se agravando. Criou-se o parque da Maternidade, toda aquela região foi urbanizada, mas o esgoto continua sendo jogado no rio Acre sem qualquer tipo de tratamento. Da mesma maneira o igarapé São Francisco e seus afluentes. Este caso é ainda mais grave porque a mata ciliar está desaparecendo, gerando desbarrancamento e muitas famílias vivem nesta área de risco”, alertou Fonseca.

 

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