Amantes da natureza vão participar de um campeonato internacional de documentação fotográfica da biodiversidade utilizando o aplicativo INaturalist Challenge. “O Desafio da Natureza Urbana” acontece de 26 a 29 de abril na Área de Proteção Ambiental (APA) Lago do Amapá e para participar basta fotografar e enviar para o aplicativo a observação de um animal, planta, fungo ou qualquer outro organismo vivo, ou ainda, de evidências como penas, pegadas e pelos.
Nos dias 26 e 27, os interessados em explorar a trilha do Lago do Amapá contarão com o apoio da equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente. “Qualquer pessoa pode ser um pesquisador por um dia. É muito interessante ter o contato com a natureza e colaborar efetivamente para o conhecimento da biodiversidade da APA”, garantiu a gestora da APA Lago do Amapá, Mirna Caniso.
As imagens enviadas serão analisadas por especialistas no mundo inteiro. De acordo com o professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Marcos Silveira, essa iniciativa global procura difundir a ciência cidadã e valorizar a biodiversidade local, integrando as pessoas com a natureza. “O INaturalist congrega cerca de 480 mil observadores de todo o mundo e armazena registros de quase 18 milhões de observações feitas no planeta”, argumentou.
Segundo o professor da Ufac, Edson Guilherme, a primeira competição aconteceu em 2016, envolvendo apenas as cidades de Los Angeles e San Francisco. “A edição de 2017 contou com a participação de 16 cidades norte-americanas e em 2018 ela adquiriu um caráter internacional. O Brasil registra 5.272 observadores e pouco mais de 122 mil observações, e participará pela segunda vez do evento”, disse.
Marcos lembrou que o Acre conta com 74 observadores e 5.627 observações e vai participar do desafio com atividades planejadas para Rio Branco e Cruzeiro do Sul. “Rio Branco concentra em torno de 60% (3569) de todas as observações feitas até o momento no Acre, e na capital do estado, duas áreas concentram o maior número de observações, a Universidade Federal do Acre (complexo arquitetônico e Parque Zoobotânico) e a Área de Proteção Ambiental (APA) Lago do Amapá, respectivamente, com 774 e 413 registros”, completou.
Sobre a flora da APA Lago do Amapá
Mirna Caniso explicou que, no momento, os levantamentos florísticos estão focados principalmente nas Unidades de Conservação do Estado. A gestora destacou ainda que em 2017, um grupo de alunos do curso de Ciências Biológicas da Ufac, orientados pelo professor Marcos Silveira, iniciaram um estudo para elaborar um mapa que destaca aspectos atrativos da vegetação e um guia ilustrado das espécies de plantas.
“Em quase oito meses de trabalho a equipe registrou a ocorrência de pouco mais de 200 espécies de plantas, entre elas, Passiflora rubrotincta, uma espécie de maracujá selvagem conhecida apenas na Bolívia, e Psiguria ternata, uma planta trepadeira da família do jerimum, conhecida em outras partes do Brasil, mas registrada somente agora no Acre”, finalizou a gestora.
