Equipes de governo são capacitadas para identificar praga que afeta plantio de cupuaçu

Fruto contaminado apresenta um pó branco, chamado de esporo, que se espalha até mesmo pelo vento (Foto: Júnior Aguiar/Secom)

O território do Acre está sob risco iminente da entrada de uma praga que afeta frutos do cupuaçu, cacau e cacauí. Trata-se da monilíase do cacaueiro, que pode dizimar até 100% dos frutos dessas culturas. Em virtude disso, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) realizou nesta sexta-feira, 11, um curso de multiplicadores para identificação da doença.

Agrônomos e técnicos que compõem as equipes do Idaf na região do Vale do Juruá e da Secretaria de Agropecuária do Estado (Seap) foram a clientela da ação.

“Temos a informação oficial do órgão de defesa da Bolívia, o Senasag [Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária e Segurança Alimentar], de que em 2015 esse fungo estava a 50 quilômetros da fronteira com o Brasil, no Departamento de Pando”, informa Pedro Arruda, coordenador de identificação de pragas do Idaf.

Desde que a informação foi encaminhada ao governo do Acre, por meio do Idaf/AC, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) iniciou uma série de ações para evitar que a doença ultrapasse as fronteiras e atinja os plantios brasileiros.

“Estamos fazendo trabalhos de campo e, por meio das atividades de nossos técnicos que foram treinados em Rondônia, demos início a esse curso de multiplicação das informações. Assim, essas equipes estejam aptas a identificar a Monília do Cacaueiro e Cupuaçuzeiro, caso a praga chegue ao nosso Estado”, pontua Arruda.

Doença perigosa para plantios

Amauri Siviero alertou sobre os perigos da doença para plantios (Foto: Nayanne Santana/Secom)

Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Amauri Siviero, alerta que a doença é perigosa.

“O fungo se espalha muito rápido. Estudos epidemiológicos indicam que ele pode se deslocar em até quatro quilômetros por dia, se o vento for a favor. Ou seja, se em 2015 foi detectado na Bolívia, então percebemos que é iminente a entrada no Brasil. Por isso, estamos nessa força-tarefa para esclarecer as equipes e agricultores, principalmente os que vão e voltam aos territórios do Peru e Bolívia”, destaca Siviero.

A agrônoma Michelma Lima, da Seap, participou da qualificação realizada no auditório do Idaf/AC e destacou a importância do compartilhamento das informações acerca da Monília do Cacaueiro.

“O curso serviu para nos alertar e manter a vigilância fitossanitária nas fronteiras do Brasil, evitando que a Monilíase seja introduzida na Amazônia Ocidental e, protegendo outras regiões.  É bom que nós, técnicos, tenhamos esse conhecimento para auxiliar os produtores no que for necessário e evitar a disseminação dessa doença”, comentou Michelma Lima.

Saiba mais: Idaf alerta para risco de entrada de praga que devasta plantio de cupuaçu e cacau

 

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