Professores e agentes de educação dos programas Asas e Asinhas do Florestania participaram, durante toda a semana, de formações continuadas pedagógicas. As formações aconteceram simultaneamente na Escola Darcy Vargas e no Centro de Referência em Inovações Educacionais (Crie).
De acordo com a assessora pedagógica do Ensino Rural, Benedita Rodrigues, a formação do Asas da Florestania, modalidade Ensino Fundamental II e Médio, realizou-se em 21 municípios do estado, com mais de 700 professores.
“É o batucar da sala de aula. Vamos planejar, vivenciar oficinas e metodologias, pois no Asas elas são diferenciadas” explica a assessora.
A professora Simone Rates conta que trabalha na comunidade 25 de julho, quilometro 14 da Estrada Transacreana e que está no programa desde 2010. Para ela o grande diferencial do projeto é a metodologia.
“O Asas procura ter uma dinâmica mais prazerosa com os alunos, mais interpessoal, com as rotinas, as agendas, a questão dos alunos sempre estarem sentados em círculos”.
Segundo a assessora do Ensino Rural, Almerinda Moreira, a formação do Asinhas da Florestania, reuniu 21 supervisores educacionais, cada um responsável por um município do Estado. Os supervisores são os profissionais responsáveis por acompanhar o trabalho dos agentes educacionais, ou seja, os alfabetizadores dos alunos.
“Essa formação tem o objetivo avaliar as ações de 2017 e planejar os objetivos de 2018”, informa.
Meta já traçada pela supervisora de Porto Acre, Liliane Dantas. Ela conta que ano passado o município contou com 22 agentes e atendeu 133 crianças e que, em 2018, o objetivo é chegar a pelo menos 140 crianças matriculadas. “É um trabalho árduo, mas é um trabalho muito gratificante”.
Criando Asas
O Projeto Asas da Florestania é uma iniciativa do governo de Estado, em parceria com as prefeituras, que leva educação às comunidades rurais, de difícil acesso. Em funcionamento desde 2005, o programa começou com o Ensino Fundamental, aderindo em 2008 ao Ensino Médio e em 2009, ao Ensino Infantil, o Asinhas da Florestania.
O Asinhas atende crianças entre 4 e 5 anos de idade. Nessa modalidade, os agentes educacionais vão até às famílias e fazem o acompanhamento escolar domiciliar. Em 2017, o programa chegou a 2.371 crianças.
A supervisora de Brasileia, Celivânia Gomes, conta que apesar das dificuldades geográficas, este é um trabalho possível de ser realizado.
“Em 2017, nós percebemos o nosso trabalho mais valorizado. Os agentes foram mais capacitados e o trabalho chegou às comunidades de uma forma mais ampla e mais bem aceita pelas famílias e isso só influenciou no crescimento da educação infantil do município”, comemora.
Trabalhando desde início no Asas do Saber, a assessora pedagógica do Ensino Rural, Benedita Rodrigues, conta que já viu a trajetória de sucesso de muitos alunos.
“Muitos alunos que iniciaram pelo Asas, hoje, já são professores ou estão fazendo faculdade. Existe aluno fazendo física e Medicina na Universidade Federal do Acre. Temos aluno lá em Assis Brasil que tirou 1.000 pontos na redação do Enem, o sucesso é em todo o Estado. Eu sou basicamente uma das mães, pois desde 2005 estou lá, então já vi muitos criarem asas, literalmente, com o programa”, declara.