Estado e municípios se reúnem para ações de imunização em 2018

Avaliar e planejar as ações de imunização que serão desenvolvidas ao longo do ano, em todos os 22 municípios acreanos. Com a meta de identificar as dificuldades dos territórios que não conseguiram atingir a cobertura vacinal recomendada pelo Ministério da Saúde (MS), que foi de 75% em 2017, coordenadores municipais de imunização participam de uma oficina de dois dias, realizada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).

No ano passado, o Acre atingiu 61,17% da meta de cobertura do calendário básico de vacinação. Apenas Xapuri e Epitaciolândia conseguiram alcançar o índice. Fatores como dificuldade de acesso a algumas regiões, a exemplo da população ribeirinha e rural, resistência dos moradores em não buscar a vacina, além da pouca adesão da inserção de dados no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), estão sendo discutidos durante o encontro.

Técnicos e gestores se reuniram por dois dias para discutir o alcance das metas de cobertura vacinal (Foto: Júnior Aguiar/Sesacre)

“Temos identificado que existe uma dificuldade nos municípios de registrar os dados no SI-PNI. Resultado disso é que as ações estão sendo feitas, o município está vacinando. Mas sem a informação no sistema, para o Ministério da Saúde e para o Estado elas não foram executadas, uma vez que não há outro meio de acesso a esses dados se não pelo sistema. E durante esses dois dias, precisamos identificar uma maneira de adequar isso. Portanto, precisamos identificar e levar isso como proposta para a gestão municipal fazer as adequações necessárias”, analisa a gerente do Departamento de Vigilância Epidemiologia, Eliane Costa.

A coordenadora explica ainda que o planejamento com a rede de imunização no estado já acontece anualmente, como forma de reforçar a cobertura vacinal nos municípios. “No início do ano, a gente faz um encontro para o planejamento das ações, e ao longo do ano vamos monitorando se o que foi acordado durante a oficina está sendo realizado ou se há probabilidade de alguma mudança. Esses encontros incentivam e potencializam a cobertura vacinal em todo estado”, completa Eliane.

Sistema de Informação do PNI

Apontando também como um dos fatores que contribuíram para que o Acre não atingisse a meta de cobertura vacinal preconizada pelo Ministério da Saúde no ano de 2017, o objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos gestores envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em determinado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita também o controle do estoque de imunos necessário aos administradores que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição.

Lucas Xavier, coordenador do Sistema de Informação de Xapuri, um dos dois únicos municípios que alcançou a meta de cobertura de vacinação no ano passado, ressalta que ações de planejamento com apoio da Sesacre foram fundamentais para reorganizar as inserção de dados no programa.

“Sempre tivemos muito problemas com a base do sistema de informação. Em uma visita técnica da Divisão de Imunização da Sesacre, conseguimos fazer uma busca ativa e identificar que existiam fichas de registro de vacinados nas salas de vacina que ainda não tinham sido digitadas. Com isso fizemos uma atualização de todos os relatórios que estavam inconsistentes, e passamos a mandar mês a mês para o Ministério da Saúde. Adotando algumas estratégias, como orientação dos nossos vacinadores a sempre enviar as fichas de vacinados do dia, e com as correções de digitação, Xapuri atingiu sua meta de cobertura vacinal, uma vez que esses dados não eram fidedignos ao da população imunizada”, observa.

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