Com uma das maiores florestas de bambu do mundo, Acre investe em pesquisa científica

Foto: Gleilson Miranda/Secom

Como parte da implementação do Centro Vocacional Tecnológico do Bambu (CVT Bambu), o governo do Estado assinou, nesta terça-feira, 28, termo de apoio à pesquisa de diversas instituições do estado. Em um total de seis projetos aprovados, os pesquisadores trabalharão em cinco áreas diferentes que envolvem a cadeia produtiva do bambu.

O investimento por parte do governo é de R$ 189 mil e contempla seis profissionais do Instituto Federal do Acre (Ifac), da Universidade Federal do Acre (Ufac), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac). Ao final, será publicado um livro com os resultado das pesquisas, que devem servir de parâmetro para trabalhos futuros com o bambu no Acre.

O governador Tião Viana, acompanhado da equipe de governo, realizou o ato de assinatura junto às instituições e aos pesquisadores. “Quando observamos o potencial do bambu, estamos falando de um gigante da economia do futuro. Mas precisamos fazer mais, e a pesquisa vai nos ajudar a enxergar melhor o avanço dessa cadeia produtiva”, afirmou.

Tião Viana compartilhou ainda parte de sua experiência durante a Conferência do Clima, na Alemanha. Ele explicou que um dos únicos produtos que teve grande atenção foi o bambu, principalmente com um painel organizado pelo The International Bamboo and Rattan Organisation (Inbar, Rede Internacional do Bambu e Ratã em tradução para o português).

O projeto do CVT Bambu é organizado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sect), Funtac e Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac). Conta com apoio também do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) por meio de um convênio no total de R$ 2.593.473,29.

“O governo está sempre trabalhando com área de pesquisa para a produção, que no final pode gerar uma comercialização. Com essa assinatura, teremos pesquisas em áreas diferentes que vão se complementar, como zoneamento, produção e colheita”, pontua Renata Souza, titular da Sect.

A gestora explica também que o amparo à pesquisa é uma parte das ações que envolvem o projeto do CVT. Paralelo aos estudos, será feito uma capacitação de 200 produtores, será entregue as obras do laboratório do CVT, com sede na Funtac, e em 2018 serão realizadas duas obras em bambu, resultado de parte das pesquisas.

Bambu é utilizado também no artesanato (Foto: Angela Peres/Secom)

O valor da pesquisa

Segundo Patrícia Drumond, chefe adjunta da área de tecnologia da Embrapa, existem 22 milhões de hectares plantados de bambu em todo o planeta. Nove milhões estão na América do Sul, mais precisamente, Brasil, Peru e Bolívia. Somente no Acre, há 4,5 milhões de hectares.

A pesquisadora Tatiana de Campos, da Embrapa/AC, fala da importância desse apoio para o estudo dessa cadeia produtiva: “Nós vivemos hoje uma crise muito grande para pesquisas. Esse investimento do Estado significa que a gente não vai parar em meio à crise, vamos conseguir prosperar. Poderemos ter formação de alunos, graduação, pós-graduação e lançar ainda tecnologia relacionada a isso”. Seu projeto de pesquisa será sobre a genética do bambu, para assim montar um mapa mostrando a diversidade de uma área.

Rosana Cavalcante, reitora do Ifac, deu seu depoimento abordando a importância de divulgar resultados com uma planta com tanto potencial econômico como o bambu. “A gente acompanha desde o começo esse processo do bambu no Acre, e é uma alegria ver hoje as assinaturas mostrando avanço nessa área. Que os estudos possam estar difundidos em nossas instituições. Além disso, a comunidade precisa também saber o que está ocorrendo”, afirma.

Já Josimar Batista, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufac, disse que isso motiva a intensificar as pesquisas. “Nós temos que mostrar para o país que a ciência brasileira deve ser fortalecida. Com essas pesquisas, vamos ter gente capacitada para realizar.”

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