Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres é aberta no Acre

Campanha pela eliminação da violência contra as mulheres é realizada no Brasil e em 160 países (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Foi aberta oficialmente na manhã desta segunda-feira, 27, no Anfiteatro Garibaldi Brasil, em Rio Branco, a Campanha pelos 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.

O evento contou com a presença da governadora em exercício Nazareth Araújo e de várias autoridades que trabalham na rede de atenção e proteção a mulher em todo o estado.

Alunos das escolas estaduais Berta Vieira e Lindaura Leitão, que participam do Projeto Quem Ama Abraça, também estavam presentes.

A campanha pela eliminação da violência contra as mulheres é realizada no Brasil e em 160 países e se encerra no dia 10 de dezembro, data na qual se celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

A data foi escolhida para lembrar as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, conhecidas como “las Mariposas”, assassinadas brutalmente no dia 25 de novembro de 1960 pelo ditador Rafael Trujillo, da República Dominicana, a quem faziam oposição.

Elas sofreram uma emboscada quando estavam em viagem para visitar os maridos que estavam presos. O assassinato causou forte comoção no país e ajudou a aumentar a luta contra a ditadura, que culminou com a morte do ditador meses depois.

Para Nazareth Araújo, é primordial para chamar atenção sobre os casos de feminicídio, estupros e de violência doméstica que atinge mulheres e crianças (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Para Nazareth Araújo, é primordial para chamar atenção sobre os casos de feminicídio, estupros e de violência doméstica que atinge mulheres e crianças. “Que esses 16 dias de ativismo sejam muito produtivos. Esperamos lá na frente colher os frutos de ações como essas pelo fim da violência contra a mulher. Precisamos cultivar o sonho de um dia não precisarmos mais fazer campanhas como essas e que possamos viver verdadeiramente numa sociedade de paz, respeito amor e harmonia”, frisou.

Para a secretária de Políticas para Mulheres, Concita Maia, no Brasil a violência contra as mulheres se tornou endêmica e sistêmica, atingindo todas as classes sociais de norte a sul e de leste a oeste no país. “Temos que desconstruir o pensamento equivocado da supremacia do masculino sobre o feminino que é onde reside toda a violência contra a mulher”, alertou a secretária.

Ela comentou ainda que as atividades estarão acontecendo não somente em Rio Branco mas em todos os municípios do Acre. “Convocamos toda a sociedade para junto com os poderes constituídos fazer esse enfrentamento à violência e que possamos dessa forma, construir uma sociedade verdadeiramente de paz”, destacou Concita Maia.

Dados da violência no Brasil

Segundo a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”,  publicada pelo Instituto Datafolha em  março de 2017.

Uma a cada três brasileiras com 16 anos ou mais foi espancada, xingada, ameaçada, agarrada, perseguida, esfaqueada, empurrada ou chutada nos últimos 12 meses.

Cerca de 40% das mulheres acima de 16 anos sofreram algum tipo de assédio, o que inclui receber comentários desrespeitosos nas ruas (20,4 milhões de vítimas), sofrer assédio físico em transporte público (5,2 milhões) e ou ser beijada ou agarrada sem consentimento (2,2 milhões de mulheres).

Cerca de 66% de pessoas  presenciaram uma mulher sendo agredida fisicamente ou verbalmente em 2016.

Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2015 aponta que:

A cada 11 minutos  uma mulher é estuprada e a cada 7,2 segundos uma mulher é vítima  de violência  no  Brasil. Há estimativas de que esses seja o registro de apenas 10% do total dos casos ocorridos.

De acordo com o IPEA com base em dados de 2011 do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde:

Cerca de 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes. O crime é cometido principalmente por homens próximos às vítimas.

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