Projeto Som da Liberdade terá CD gravado com jovens socioeducandos

Todos os envolvidos na final irão participar da gravação de um CD com músicas autorais dos adolescentes e também do professor Antônio Carlos, músico parceiro do ISE (Foto: Cedida)

Entre uma nota musical e outra, o Instituto Socioeducativo do Acre (ISE) tem na promoção da arte e da cultura ferramenta importante para a ressocialização de jovens em conflito com a lei. É nesse sentido que o projeto Som da Liberdade executa agora uma nova fase, a de descoberta de talentos.

Em uma iniciativa do governo do Estado, adolescentes das oito unidades do ISE estão sendo selecionados por meio de audição, para participarem de um festival de música a ser realizado no dia 28 de dezembro, no Teatro Plácido de Castro, sob a coordenação do músico e professor de canto Antônio Carlos Nascimento.

Todos os que forem para a etapa final participarão da gravação de um CD com músicas autorais. Assim, ao mesmo tempo em que os jovens dedicam tempo a se preparam para o evento, terão a chance de ver a oportunidade como um caminho para sua ressocialização.

Centro Socioeducativo como oportunidade de recomeço

A adolescente C.N.C., 16 anos, acredita que as unidades socioeducativas não devem ser vistas só como um lugar de punição. “Fico muito feliz por saber que têm pessoas que acreditam em nós e nos oferecem oportunidades de mudar de vida”, afirma.

Para ela, o projeto social musical foi um impulso para vislumbrar o futuro em liberdade. “Aqui dentro pude fazer uma reflexão sobre o meu passado, e hoje o que mais quero é sair daqui, estudar, me qualificar para poder ajudar minha família”, expressa.

A escolha e valorização dos talentos

A etapa seletiva teve início no dia 10 de novembro com a audição das adolescentes do Centro Socioeducativo (CS) Mocinha Magalhães e terminará no dia 16 de dezembro no CS de Feijó.

Em Rio Branco serão selecionados três jovens de cada unidade, enquanto no interior será selecionado um adolescente em cada centro.

Para o presidente do ISE Rafael Almeida, o apoio governamental tem sido determinante para a execução das ações previstas pelo plano de atendimento socioeducativo do Sistema Nacional de Atendimento Socieducativo (Sinase). Nesse sentido, os investimentos no programa têm transformado a realidade de muitos jovens.

“Essa audição entre os socioeducandos também é uma forma de promover a cultura com eles e fazer a descoberta de novos talentos”, frisa o diretor.

A vice-governadora Nazareth Araújo é uma das entusiastas do projeto e destaca que iniciativas como essa resgatam, sobretudo, valores culturais: “O Som da Liberdade oferece a profissionalização, integrando a música ao processo interdisciplinar. Ele possibilita também a redução das diferenças, contribuindo para a inclusão social de crianças e adolescentes das comunidades selecionadas a participar do projeto”.

Também parceiro do projeto, o músico Antônio Carlos tem grande experiência na área de composição e arranjos musicais, e nesse sentido tem se dedicado a difundir conhecimentos musicais aos adolescentes.

“Aqui eu trato esses jovens como se fossem meus filhos. Pelo tempo de convivência a gente se apega e o sentimento é recíproco. Essa é a experiência mais fantástica que eu tive durante a vida”, enfatiza.

O projeto

O Som da Liberdade teve início em 2015 e atualmente funciona às terças e quintas-feiras. A princípio, foi idealizado apenas para ensinar os menores em medidas socioeducativas a tocar violão. Mas, ao longo dos anos se expandiu para comunidades e também escolas como forma também de prevenir e evitar a criminalidade.

Além do gabinete da Vice Governadoria e do ISE, a ação conta com outros colaboradores, como o Ministério Público do Acre (MPAC), o Movimentos de Mulheres Camponesas, (MMC), a Assessoria Especial da Juventude (Assejuv) e a Fundação Elias Mansour (FEM), entre outros.

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