O Encontro de Mulheres Indígenas no Acre iniciou nesta terça-feira, 29, no Centro de Formação dos Povos da Floresta, na Estrada Transacreana. O evento é promovido pela Organização de Professores Indígenas do Acre (OPIAC), Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (Amaaiac) e Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/Acre), em parceria com a Rede de Cooperação Amazônica e o governo do Estado.
Mais de 60 mulheres indígenas representantes de 25 povos, do Acre, Roraima, Amapá, Amazonas, Mato Grosso e da região de Madre de Dios (Peru), participam do encontro que se estende até o dia 31, quinta-feira.
O encontro pretende promover a troca de experiências e visões entre as mulheres indígenas e contribuir para dar visibilidade e fortalecimento à participação na vida produtiva, cultural, espiritual e política das aldeias e dos povos indígenas.
Na abertura, a secretária de Estado de Políticas para as Mulheres do Acre, Concita Maia, apresentou os programas e ações dirigidas às mulheres indígenas desenvolvidas pelo governo.
Francisca Arara coordenadora da Opiac e Malu Uchoa da CPI deram as boas vindas e ressaltaram a importância do encontro.
“Pretendemos definir diretrizes ou linhas de apoio aos trabalhos das mulheres indígenas, fortalecer laços e bem como trocar experiências sobre a questão da segurança alimentar que estão sendo afetadas pelas mudanças climáticas”, disse Francisca.
Segurança alimentar
O tema de abertura foi o trabalho da mulher na segurança alimentar e na gestão territorial e ambiental. O debate levantou questões do tipo: como as mudanças climáticas estão afetando a segurança alimentar nas aldeias? Quais são as estratégias para enfrentar essa situação? Como os programas e políticas públicas podem apoiar para garantir a segurança alimentar nas aldeias?
Gastronomia indígena
Uma das convidadas do encontro é a chef Mara Alcamim. Sua participação marca a continuidade do projeto de pesquisa sobre a gastronomia indígena, coordenado pela primeira-dama Marlúcia Cândida. A pesquisa faz parte do Programa de Gastronomia e Hospitalidade desenvolvido pelo governo do Estado.
“Muito feliz de mais uma vez fazer esse mergulho. Estou aqui como aprendiz, assim como fui nos ashaninka. Agora com toda essa diversidade cultural e espiritual tenho certeza que será enriquecedor”, disse.
Outros temas serão debatidos durante o encontro como o Papel da mulher na manutenção da língua e da cultura, além exibição de vídeos feitos por mulheres indígenas, apresentação de cantos, danças e pintura corporal, e uma mostra de artesanato de diversas artesãs, além da troca de sementes tradicionais.
“Esperamos que o encontro fortaleça os laços entre mulheres indígenas da Amazônia, compartilhando experiências de referência – trabalhos e iniciativas que já realizam – que podem ser inspiradoras para outras mulheres”, ressaltou Malu Uchoa.