Embora a zona rural com frequência apresente hábitos conservadores, muitas camponesas têm assumido papel de destaque nas propriedades. No Acre, a introdução da mecanização agrícola e tecnologias que facilitam a realização das atividades estão abrindo espaço para que elas demonstrem sua capacidade e determinação.
A produtora Simara de Oliveira, 31 anos, três filhos, é um exemplo. Em sua área de 6,5 hectares, em Senador Guiomard, mais de metade é lavoura de mandioca. “Eu ganhei esta terra do Incra e nela busco mais uma fonte de renda [ela também trabalha na cidade na área de estética], então a mantenho sempre limpa e produtiva”, disse.
Simara conta que no ano passado pagou algo em torno de mil reais em diárias para realizar o plantio da macaxeira. “Agora, a mecanização do plantio, além de me poupar tempo, vai poupar também meu dinheiro”, afirma.
Sua produção para a próxima safra está avaliada em aproximadamente em 24 mil reais, só com o plantio de macaxeira. “Eu tento conciliar o meu trabalho no campo com o da cidade, os dois têm suas belezas e melhoram a renda da minha família”, relatou.
A organização entre os produtores agrícolas do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Pirã de Rã, em Senador Guiomard, possibilitou parcerias entre a iniciativa privada e governo do Acre, por meio da Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seap), garantindo a mecanização do plantio e a garantia da venda direta.
Segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres do campo são hoje responsáveis por quase metade da renda familiar (42,4%), índice ainda superior ao das que vivem nas cidades (40,7%).