O Rio Juruá atingiu nesta manhã a marca de 14,01m de profundidade, a segunda maior da história, só ultrapassada na grande enchente de 1995, quando a marca chegou a 14,18m. Segundo o subcomandante do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), capitão Rômulo Barros, a informação que se tem é de que em Marechal Thaumaturgo as águas já começaram a baixar e em Porto Walter o rio encontra-se estabilizado.
Como resultado da enchente, 162 famílias foram desalojadas em nove bairros, perfazendo um total de 728 pessoas. Muitas famílias estão hospedadas em casas de familiares, algumas se valendo do aluguel social, enquanto outras estão sendo alojadas no Centro Esportivo Alailton Negreiros de Melo, em Cruzeiro do Sul.
A responsável pelo abrigo no centro esportivo, Rosa Sampaio, da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, informou que já há 29 famílias abrigadas no local e estão sendo ultimados preparativos para receber mais 22 famílias.
Na sede do Corpo de Bombeiros, foi destinada uma sala para localizar o comando das operações que tem a participação de diversas secretarias do governo do estado e da prefeitura municipal, além do Exército e da Marinha. Somente o CBM mantém 30 homens diretamente envolvidos nas operações e mais 20 de prontidão.
A Eletrobrás já cortou preventivamente a energia em mais de 500 casas situadas nos bairros ribeirinhos. Também foi suspensa a energia em locais como a Vila Alagoinhas, Paraná dos Mouras, Rio Croa e na Boca do Rio Moa. O Rio Moa, represado pelo Rio Juruá, invadiu a pista da AC-405, que liga Cruzeiro do Sul a Mâncio Lima.
Desabrigados
A aposentada Maria Rodrigues da Conceição mora na Boca do Moa e está alojada no Centro Esportivo com um filho e três netas. “A água na minha casa ficou no meio da perna. Eu sou diabética e tenho problema de colesterol alto e já estava passando mal quando fui retirada”, disse.
A dona de casa Maria Alcinete da Silva mora no Miritizal e foi uma das primeiras a chegar ao abrigo com o marido e cinco filhos. “Perdi quase todas minhas roupas e minhas vasilhas“, relatou.
