As 20 horas do minicurso “Patrimônio Arqueológico: Conhecendo os Geoglifos do Acre”, realizado na Biblioteca da Floresta, em Rio Branco, encerraram-se hoje, com uma aula prática.
Os participantes, coordenados pela arqueóloga Ivandra Rampanelli, do Instituto do Patrimônio Histórico do Acre, saíram na manhã desta sexta-feira, 27, para uma experiência em campo. A visita foi em uma propriedade particular, localizada na BR-317, distante 45 km do centro da capital.
O grupo, composto por guias turísticos que atuam em espaços de memória de Rio Branco e alunos da Universidade Federal do Acre (Ufac), conferiu de perto a formação das figuras geométricas formadas no solo há milhares de anos e que estão presentes no Acre e fronteira da Bolívia, Amazonas e Rondônia.
Os geoglifos são figuras variadas, de origem desconhecida, formadas no chão. No Acre, segundo Ivandra Rampanelli, foram descobertos, até agora, 523 geoglifos, que estão distribuídos em 150 sítios arqueológicos. Para avistar, é preciso estar a mais de 80 metros de altura, num voo de balão ou avião.
No solo os participantes puderam ter ideia da dimensão das figuras, que vão de 1,40 metro de profundidade até 12 metros de altura.
Cristiano Oliveira é guia de exposição da Biblioteca da Floresta, e apesar de apresentar a história dos geoglifos para quem visita o espaço todos os dias, essa foi a primeira vez que ele conheceu de perto o patrimônio histórico.
“É muito diferente da teoria, porque a gente não tem a dimensão do que são os geoglifos. Na prática é que se percebe tudo isso, vendo toda essa grandeza, para então perceber o quanto isso é importante para a gente, o lado da preservação, a conscientização das pessoas a respeito desse tesouro na nossa história”, disse o guia.
Pesquisadora da área desde 2011, Ivandra Rampanelli, que ministrou o minicurso, avaliou a experiência como positiva e falou sobre ideias para dar continuidade ao compartilhamento dessas informações com a sociedade.
“Eu me senti muito feliz de poder, junto com a Ufac e o governo do Acre, idealizar esse curso, porque era algo que muitas pessoas da área turística e estudantes queriam muito. Todos ficaram muito curiosos em como estudar a arqueologia. Para mim foi satisfatório. Agora, com o apoio da universidade e do governo estadual, a gente pretende dar continuidade e até avançar um pouco mais com grupos de pesquisas”, comentou a estudiosa.