A assistência técnica e a extensão rural (Ater) unidos à tecnologia são temas da ação que vem sendo desenvolvida pela Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) com os extensionistas. O objetivo é que a assistência técnica aos produtores seja realizada em todas as etapas de produção, bem como fazer com que a pesquisa agropecuária chegue mais facilmente ao agricultor. O resultado é o incremento de atividades produtivas com bases agroecológicas.
A qualificação dos extensionistas, a troca de experiências e a transferência de tecnologia sustentável para ser empregada à produção agrícola têm como resposta o aumento da produtividade nas propriedades rurais, como é o caso do produtor Pedro Nascimento, proprietário do Sítio Holanda, localizado na BR-364, quilômetro 16, em Cruzeiro do Sul. Com a assistência técnica e extensão rural recebidos do escritório da Seaprof o produtor já alcançou uma produção de 300 mil pés de abacaxi e agora acessou crédito para adquirir um caminhão para o transporte da produção.
“Eu mesmo produzo as mudas. Tenho mudas até para vender”, afirma Nascimento, que para iniciar o plantio de abacaxi teve que comprar as primeiras mudas. O projeto de crédito do Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar) Mais Alimentos já foi elaborado pelo extensionista e aprovado pela instituição financeira. “Toda semana levo dois mil abacaxis para a cidade e, além do gasto com transporte, às vezes vendo barato porque não posso voltar com nenhum fruto.”
“A orientação técnica aos produtores, além de permitir acesso ao crédito, também garante a boa aplicação”, explica o secretário de Produção, Lourival Marques Filho, acrescentando que, através de parcerias como a existente com a Embrapa e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), tem sido possível a qualificação dos técnicos. Segundo Marques, além de encontros de qualificação também já foi realizado curso para a transferência de tecnologias a ser empregada à produção agrícola.
A sustentabilidade dos sistemas de produção consorciados
A adoção de práticas que visam à conservação dos recursos naturais e o aumento da produção e da produtividade tem como exemplo a propriedade do produtor Manoel Gomes de França, do Sítio Boa Vista, BR-364, quilômetro 26, em Cruzeiro do Sul. Inserido no programa do governo do Estado, ele recebeu 400 mudas de coco e a mecanização de um hectare para o plantio. Pouco mais de um ano e o produtor decidiu consorciar com melancia e mandioca.
Aliando o saber tradicional do produtor ao saber científico do extensionista, está sendo criada uma nova agricultura que permite que seja feito bom uso da terra. “Esse sistemas têm como vantagens o de promover maior estabilidade da produção, melhorar a utilização da força de trabalho, aumentar a proteção do solo contra erosão e disponibilizar mais de uma fonte alimentar e de renda”, explica Lourival Marques. Segundo o produtor Manoel Gomes de França, com a mandioca e a melancia são mais uma fonte de renda.
Cultivo de mandioca e produção de farinha movimentam economia
Cruzeiro do Sul tem na agricultura uma das atividades mais importantes, com destaque para a produção de mandioca. Na zona rural, na Vila Assis Brasil, Ramal do Macaxeiral, Colônia São Pedro, a produtora Graciete de Souza Oliveira garante que é com o cultivo da mandioca e da produção de farinha que ela sustenta a família.
Mas o trabalho pesado fica na casa de farinha. Graciete, com a ajuda de um diarista, lidera todo o processo que começa com descascar a mandioca, passar pelo ralador, pelo espremedor e novamente pelo ralador. No forno, tudo tem que ser feito com muito cuidado, para não deixar a farinha queimar. E todo o processo é feito numa casa de farinha moderna.
O governo do Estado é o responsável pela execução do projeto, por meio da Seaprof. A iniciativa consiste em ações de substituição de casas de farinha tradicionais por outras modernas e mais confortáveis para o trabalhador e com mais condições de higiene, além de fornecer aos produtores uma visão de comércio mais organizada e capaz de atender às exigências de mercado.
“Minha renda vem da mandioca que transformo em farinha de excelente qualidade. Foi assim que criei meus filhos e ainda hoje é de onde tiro toda minha renda”, garante a produtora, que também já foi beneficiada com o programa de mecanização com dois hectares para plantio da mandioca.