Uma turma de 20 adolescentes do Centro Socioeducativo (CS) Santa Juliana visitou nesta quarta-feira, 5, a nova exposição da Biblioteca da Floresta – Pelos Caminhos de Portugal. Além disso, os socioeducandos fizeram um passeio pelos acervos e demais exibições disponíveis no local. A atividade está relacionada à escolarização dentro da unidade.
O diretor do CS Santa Juliana, Rafael Almeida, explica que os 20 socioeducandos serão trazidos por etapas e em pequenos grupos, a fim de garantir a segurança. “Esses jovens estão vendo e presenciando mais sobre a história dos primeiros portugueses que passaram a habitar o Acre. Ao mesmo tempo, descobrem outras informações sobre os índios com o espaço na Biblioteca destinado especificamente para este assunto. Uma aula prática rica em cultura”, disse.
De acordo com a professora Michele Morazzi, a visita é uma extensão do trabalho desenvolvido em sala de aula. “Temos aqui vários segmentos de ensino, tanto no EJA quanto no ensino médio. Então vamos aproveitar o conhecimento adquirido neste espaço nas aulas de História, Geografia e Português, ou seja, interdisciplinarmente. A intenção é instigá-los a discutir sobre o tema até mesmo com os outros adolescentes que não puderam participar desse momento e fazer a socialização”, explica.
Apesar de ter 17 anos de idade, Gabriel (nome fictício dado a um socioeducando) nunca havia entrado na Biblioteca da Floresta. Ele conta que o mais perto que chegou do local foi a Concha Acústica, pois se sentia rejeitado em lugares de cultivo do conhecimento. “Tinha vontade de conhecer, mas pensava que por ser pobre seria destratado. Então cheguei aqui hoje e fiquei surpreso com a ótima recepção. Aprendi muito com as exposições e me senti gente de verdade”, relata o jovem.
Para o presidente do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), Henrique Corinto, outras ações com esse âmbito serão desenvolvidas ao longo do ano. “Nossos estudos apontam que a maioria dos jovens que participam de atividades práticas apresenta melhor retorno nas medidas”, revela.
O diretor-geral da Biblioteca da Floresta, Marcos Afonso, é parceiro do ISE, e já tomou como rotina do local atender adolescentes em conflito com a lei. “Sem dúvida, a Biblioteca é um ponto de cidadania. Nós recebemos hoje os socioeducandos, que são especiais, o que para nós é um motivo de alegria, pois reforça a compreensão da cultura e da identidade que são inerentes ao Acre. Na medida em que você valoriza o seu lugar, o seu espaço, compreende a sua história, você cria novas perspectivas para a vida”, afirma.
