Com o intuito de contribuir para a geração de uma cultura de percepção coletiva de riscos de desastres, no amplo contexto de educação ambiental e da construção de uma sociedade sustentável, o governo do Estado realizou nesta semana (13 a 15), no Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac), o Seminário Comunidades Resilientes.
O evento contou com a participação de estudantes, professores e piscicultores de Rio Branco, Capixaba, Xapuri, Brasileia e Assis Brasil, e de pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O seminário faz parte do cronograma do projeto “Comunidades Resilientes: Escolas e Comunidades na Preservação de Desastres Ambientais”, promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) e gabinete da vice-governadora Nazareth Araújo, em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Segundo a diretora-técnica do IMC, Vera Reis, o projeto visa envolver mais os representantes comunitários, alunos e professores no processo de prevenção de desastres naturais. “Sabemos que inundações e secas acontecem com muita frequência aqui no Acre, e nós precisamos apoiar o governo nesse processo de prevenção, para evitar que os desastres afetem a vida das pessoas”, afirmou.
Na primeira fase do projeto, sete pluviômetros semiautomáticos foram instalados em escolas públicas estaduais do Baixo e Alto Acre, e outros quatro, em áreas de produção.
O equipamento, que registra automaticamente os dados de precipitações, é utilizado pelos alunos e produtores para monitorar o índice de chuvas, gerando alertas às comunidades vulneráveis sobre possíveis inundações ou secas.
Jairo Lima, professor da Escola Estadual Kairala José Kaiara, de Brasileia, destacou a importância do projeto para a sociedade. “Antes desta iniciativa, nós nãos tínhamos esse envolvimento. Em Brasileia, sofremos dois grandes desastres, alagações, e a cidade ainda sofre. Este projeto nos permite entender o que aconteceu e prevenir possíveis desastres.”
O seminário compõe a programação do Viver Ciência 2016. Durantes os três dias, o público recebeu capacitação e participou de palestras ministradas por pesquisadores do Cemaden.
“Precisamos realmente consultar aquelas pessoas que estão vivenciando alagações, secas e queimadas, para saber como podemos construir políticas públicas de prevenção, a partir dessas vivências locais. A proposta é de que a experiência do Acre seja replicada em outros lugares do Brasil”, ressaltou Vitor Marchezini, pesquisador do Cemaden.