Boa vontade e responsabilidade é o que tem de sobra os profissionais que atuam no Hospital do Câncer no Acre (Unacon). Aliados a isso vem o compromisso do governo do Estado para garantir à população atendimento necessário para essa patologia.
O hospital que tem seis anos de existência oferece atendimento de qualidade. Nos primeiros anos de funcionamento já realizava tratamento para cerca de 800 pacientes, zerando a fila de espera do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para radioterapia e quimioterapia, além de ser referência para a região norte.
A instituição já cadastrou cerca de 4.200 pacientes, desses 8% são crianças. Realiza uma média de 600 quimioterapias por mês, e 3 mil consultas, além de receber uma média de 60 casos novos ao mês.
A unidade conta com equipamentos de última geração para atender os pacientes que fazem quimioterapia e radioterapia. Esses equipamentos são necessários para garantir um tratamento de qualidade e o diagnóstico preciso. Na radioterapia inclui a braquiterapia, uma forma especial de tratamento com radiação ionizante usada para tratar pequenos volumes de tumor no corpo.
“Além dos equipamentos, também contamos com uma estrutura organizada com salas de urgência e emergência, importante para a resolutividade e agilidade nos atendimentos e diagnósticos dos pacientes. Para as crianças temos uma brinquedoteca para que elas fiquem mais a vontade”, diz o diretor clínico do Hospital do Câncer, Antônio Vendetti.
O diretor comemora a entrega de uma segunda máquina de radioterapia pelo Ministério da Saúde. “Nós vamos ganhar mais um aparelho para realizar radioterapia, uma das máquinas mais modernas do mundo, e será doada pelo Ministério da Saúde, através do projeto de expansão de radioterapia nacional. Já estamos fazendo a licitação para a construção da sala que irá abrigar esse equipamento”, comemora Antônio.
Antônio diz ainda que o hospital é referência regional para o sul da Amazônia, somando tudo isso equivale há um território com cerca de 1,5 milhão de pessoas, além de atender pacientes que vem de outros estados do sul e sudeste do Brasil, o hospital atende também pessoas de outros países como Bolívia e Peru.
Mais tecnologia e recursos humanos
O Hospital evolui na qualidade de atendimento agregando novos profissionais como cirurgiões oncológicos, mastologistas, cirurgião plástico, equipe multidisciplinar – fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogo, assistente social – e ofertando serviços como a reconstrução mamaria, sendo a única unidade no Brasil que não tem fila para esse procedimento.
Para a gerente geral da Unacon, Mirian Késia Labs, todos os avanços são frutos dos investimentos do governo do Acre no hospital. “Nós deixamos de oferecer somente os serviços de quimioterapia e radioterapia para tratar de todos os tipos de câncer, dispondo de uma alta tecnologia com medicações variadas para cada tipo de doença, além de ter diminuído o tempo de espera para esses serviços, reduzimos os encaminhamentos para fora do estado”, garante Késia.
Diagnóstico e tratamento
Segundo o aposentado e morador de Sena Madureira, Juarez Lopes, que há dois anos faz tratamento de câncer na Unacon, ele está otimista com os resultados obtidos até então. “Vinha doente há muito tempo. No início os médicos em Sena Madureira achavam que eu estava com hepatite B, então comecei a fazer tratamento para combater a doença. Infelizmente o tratamento não foi eficaz, pois continuava com as mesmas dores”, diz.
Juarez conta que ao longo dos meses só emagrecia, sentia muitas dores na região abdominal e o quadro de saúde ficava cada vez pior. Sua família não sabia mais o que fazer. Em 2011, depois de uma reunião familiar, o aposentado procurou um gastroenterologista, o qual solicitou uma série de exames para confirmar a suspeita de câncer. De imediato ele foi encaminhado ao Unacon para iniciar o tratamento.
“Quando o doutor Antônio e sua equipe me receberam e diagnosticaram que eu estava com câncer no fígado, o tumor já estava com mais de 25 centímetros e precisei iniciar o tratamento de quimioterapia e radioterapia. No início pensei que não ia resisti, pois as seções maltratam muito a gente, mais a equipe é muito competente e nos tratam com dignidade, isso nos fortalece”, disse Lopes.
O aposentado ainda está em tratamento e o medicamento utilizado a base de Sorafenibe custa aproximadamente 13 mil reais por mês. Com a medicação que é oferecida pelo governo do Estado já foi possível reduzir o tumor para 5 cm.
Maior incidência
Os tipos de câncer com comportamentos agressivos mais incidentes entre os homens são o de próstata, estômago e pulmão. Entre as mulheres, colo do útero, mama e pulmão.