O sistema de cadastro da Secretaria de Estado de Pequenos Negócios (SEPN) revela que 72% do público beneficiado pelos programas de governo é composto por mulheres. Esse dado é o comprovante da crescente inserção feminina no mercado de trabalho acreano.
Os pequenos negócios implantados através da política pública de desenvolvimento econômico local e “Acre Sem Miséria” tem início com a capacitação, que é oferecida através de parcerias com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), Instituto Dom Moacyr, Sebrae-AC, Senac e Senai.
Entre os cursos oferecidos, há aqueles em que os inscritos são, em sua maioria, mulheres: manicure, corte e costura, auxiliar de cozinha, preparador de doces e o curso do pequeno negócio do salão de beleza, que é o mais procurado. Mas também há mulheres com outras aptidões e são certificadas em cursos de pintor, eletricista, roçador, produção de mel e mecânica.
“Os pequenos negócios são políticas públicas inclusivas, sem realizar o recorte de gênero. O trabalho tem que ser uma atividade que gere satisfação, pois esse é um dos requisitos para o empreendimento dar certo”, comenta a técnica do departamento de negócios, Beth Pinheiro.
Segundo dados do Censo realizado pelo IBGE, o número de mulheres que chefiam sua família dobrou na última década e aumentou também a proporção de mulheres na População Economicamente Ativa, o que significa que aumentou a parcela da população ocupada e empregada, como consta nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), também realizada pelo IBGE.
“Nesse mês de março, mês da mulher, estamos aqui parabenizando a luta das mulheres e a luta individual de cada uma através do trabalho, com o objetivo de ter vida mais digna. Eu tenho orgulho da SEPN por ela gerar oportunidades para mudanças de vida e crescimento, e assim, ser uma ferramenta para a autonomia econômica e emancipação feminina”, afirma o secretário de pequenos negócios, José Carlos Reis.
O cenário de mudança cultural reflete o depoimento de muitas mulheres que optam por um pequeno negócio, para ter renda e trabalhar em casa, assim podendo cuidar dos filhos. Como é o caso da Wanderluzia Firmino, que escolheu o curso de costura para poder cuidar dos dois filhos e ajudar em casa e da Francisca Silveira.
Elisângela Cavalcante trabalha na produção do mel e disse que aprender a lidar com as abelhas lhe ensinou muito e a motivou a ser uma pessoa melhor em casa. Ela recebeu as colmeias da SEPN e ensinou seu filho a manejar as abelhas.
Todavia, a técnica do departamento de negócios, Marcia Souza depõe que ainda existe um machismo muito intrínseco na sociedade: “No município de Bujari tem um grupo formado de pedreiras, que foram certificadas e tem vontade de trabalhar, mas que não conseguem trabalho por serem mulheres”.
Economia Solidária
Existe ainda um incentivo à formação de grupos, como cooperativas e associações, a fim de que através da Economia Solidária, que também é um departamento da secretaria, os pequenos negócios sejam fortalecidos. Assim como existem grupos que já estavam formados e foram apoiados, como é o caso da Associação de Mulheres do Segundo Distrito, que receberam o curso de corte e costura e juntas produziram o figurino para peças do grupo “As Pastorinhas”.
Outra parceria foi com a Secretaria Municipal da Mulher, que através do Pronatec as mulheres atendidas na Casa Rosa Mulher receberam os cursos de corte e costura, manicure e corte, escova e colorimetria. A atividade além de ser uma terapia ocupacional serviu como alternativa de reestruturação para mulheres iniciarem com seu pequeno negócio e adqui