Com mais de 90 partos realizados, Joita Esmeraldina do Nascimento, parteira tradicional que exerce a profissão numa comunidade às margens do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, no Alto Juruá, é uma das participantes da Oficina de Troca de Saberes e Experiências tradicionais com o Componente de Reanimação Neonatal, realizado de 31 de maio a 2 de junho, pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde, em parceria com a prefeitura do município.
A ideia, de acordo com a gerente da Divisão de Saúde da Mulher da Sesacre, Emanuelly Nóbrega, é promover a troca de saberes entre as parteiras tradicionais e com a equipe médica que atua na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco.
Vinte e sete parteiras estão participando da atividade, sendo que sete são de comunidades indígenas. “Elas estão aprendendo práticas orientadas pela Rede Cegonha e aperfeiçoando os conhecimento da assistência ao parto. O curso inclui a reanimação neonatal, com palestra ministrada pela neonatologista Ana Isabel, da Maternidade Bárbara Heliodora, para que saibam atuar em casos de complicações no parto”, explica a gerente.
Uma boa experiência
A parteira Alzira Cordeiro Moreira conta que pelas suas mãos já vieram ao mundo mais de 100 bebês. “Para mim, está sendo uma experiência muito boa participar deste curso”, afirma a profissional.
A índia Amélia Ashaninka, da aldeia Nordestino, às margens do Rio Amônia, destaca outro ponto que a interessou na qualificação. “Vai ser muito importante aprender sobre as doenças que podem ser transmitidas no parto”, comenta.
Pela vida
Emanuelly Nóbrega ressalta que o curso visa reduzir, ainda mais, os índices de mortalidade materna e infantil por meio da melhoria da assistência prestada pelas parteiras. “As parteiras tradicionais receberão kits com materiais, para que essas profissionais possam exercer seu trabalho de maneira mais eficiente e segura, e ainda materiais de reanimação neonatal”, concluiu.
