O evento incluiu a entrega dos Planos de Contingência às Queimadas para prefeituras de Tarauacá e Feijó – envolvendo ações preventivas realizadas entre o Corpo de Bombeiros e as Secretarias Municipais de Meio Ambiente – além do encerramento do Curso de Guarda Vidas Amador 2012, que prepara jovens previamente selecionados para o salvamento e primeiros socorros em situações de afogamento.
Estavam presentes na solenidade o secretário de Estado do de Meio Ambiente, Edegard de Deus, o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Acre, Cel. Flávio Ferreira Pires, a prefeita de Taraucá, Marilete Vitorino, o Coordenador do Núcleo do Imac de Feijó, Luciano Muniz, representantes da Brigada do PrevFogo (Ibama) e demais autoridades civis e militares.
Para o primeiro tenente Rômulo, comandante do Corpo de Bombeiros da Regional Tarauacá – Envira, o Plano Integrado de Prevenção e Combate às Queimadas facilita muito o trabalho da corporação, uma vez que alinha diversos organismos e instituições com a finalidade de responder às emergências de forma articulada. “Entre outras vantagens, este plano possibilita respostas mais rápidas em nossas ações operacionais, estando também em concordância com a meta primordial do Corpo de Bombeiros, que é trabalhar com a prevenção. As informações presentes nos ajudam na realização de nossos Planos de Contingência, para que possamos trabalhar pormenorizadamente em cada município da regional”, afirma.
Entre os dados mais salutares que o Plano Integrado disponibiliza, estão as informações climatológicas, envolvendo os níveis de precipitação pluviométricas e focos de calor em cada regional, além de mapas detalhados cedidos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Segundo ainda o comandante, a integração com outras instituições é fundamental. “Temos um efetivo ainda insuficiente para agir em todas as localidades do Estado com a rapidez necessária. Deste modo, o Plano Integrado amplia nossas possibilidades de ação, com informações e apoio logístico, viaturas, combustível e materiais de prevenção e combate aos incêndios”.
Os Kits de Combate a incêndios Florestais
Com Recursos do Fundo Amazônia-BNDES, foram disponibilizados 30 kits de combate aos incêndios florestais para Taraucá, Feijó e Jordão, sendo 10 para cada uma das prefeituras. Cada Kit é composto por luvas de segurança em couro, óculos de proteção fabricados em PVC, máscaras tipo lenço para combate, capacetes, abafadores contra incêndio, pinga-fogo com tanque de aço inoxidável, enxadas em aço especial, limas chatas, foice em aço carbono especial, botina de segurança, mochilas costais para combate com tanque flexível e facões 128. Também foi cedida uma caminhonete 4×4 para uso do Corpo de Bombeiros de Tarauacá.
A Regional Taraucá-Envira é a que possui atualmente mais focos de calor em todo o Estado, sendo também a maior área a ser coberta. Por estes fatores, o Corpo de Bombeiros, com o apoio da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (CEGdRA), está mapeando estrategicamente os focos de calor, pretendendo direcionar o atendimento e otimizar as ações.
O secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus, afirma que está otimista em relação à possibilidade de diminuição dos focos de calor e riscos de incêndios na região, lembrando que diversas providências tem sido tomadas levando em conta aspectos preventivos: “O governador Tião Viana tem disponibilizado alternativas viáveis para que não haja necessidade do uso do fogo, que está proibido no Estado por uma ação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal. Além de estarmos promovendo os roçados sustentáveis fazendo uso da Mucuna já a algum tempo, atualmente o Governo vem disponibilizando máquinas e implementos, seja para o preparo dos terrenos a serem usados no plantio, seja para a manutenção e abertura dos ramais necessários ao escoamento da produção, ou mesmo para a construção de açudes” conclui.
Estas ações em conjunto minimizam a necessidade do uso do fogo para o preparo de roçados, disponibilizando alternativas mais viáveis e adequadas, mas o desafio ainda é grandioso: são 40 mil pequenos produtores no Estado que tradicionalmente se utilizam da queima no preparo de pequenos roçados de subsistência. As queimadas, quando realizadas de forma indiscriminada e sem nenhum controle, causam grandes danos às florestas e mesmo ao ar que se respira nas cidades, devendo ser prevenidas e combatidas. Contudo, segundo muitos produtores rurais que vivem da agricultura familiar, a determinação do Fogo Zero, sem critérios que levem em conta as necessidades e possibilidades de pequenos agricultores, pode se converter num empecilho aos meios de subsistência para muitas famílias que, acompanhadas e tecnicamente bem orientadas, não ofereceriam riscos ao meio ambiente.