Na contra mão do aumento significativo das taxas de desmatamento na Amazônia, o estado do Acre vem dando passos largos na conquista pelo desmatamento ilegal zero. No final do ano passado, o Instituto Nacional de Pesquisas Nacionais (Inpe) anunciou uma redução de 10% do desmatamento no Acre.
Recentemente, o Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon) divulgou em seu boletim do desmatamento, por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), que o Acre e Roraima apresentam apenas 2% de contribuição nas taxas de desmatamento na Amazônia Legal.
O último boletim faz referência ao mês de dezembro de 2015, mas o Imazon monitora o desmatamento na Amazônia, mensalmente. De acordo com as estatísticas, o desmatamento aumentou em 84% nos estados da Amazônia ocidental, em relação à dezembro de 2014. O sistema mostra o total de 175 km² de área desmatada. Entre os que apresentaram os números mais expressivos estão Mato Grosso (44%), Pará (21%), Amazonas (20%) e Rondônia (11%).
A política de economia verde e inclusão social impulsionada pelo governo do Estado, com incentivo de parceiros como o banco alemão KfW e o Banco Nacional do Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), por exemplo, tem garantido resultados positivos, especialmente para as populações tradicionais, historicamente habituadas a usar apenas o fogo como alternativa de melhorar a produção familiar.
Além disso, o programa Redd for Early Moovers (REM), executado no estado desde 2003, que compensa resultados na redução de emissões por desmatamento, tem apresentado resultados positivos, sendo o primeiro do mundo a receber a certificação REDD+SES (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal com Benefícios Socioambientais).
A diretora-presidente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Magaly Medeiros, confirma que a redução do desmatamento é fruto da política ambiental implantada no estado. “A efetividade na redução do desmatamento em 10% para 2015 foi resultado da política do cadastro ambiental rural e incentivos à economia de baixo carbono no estado. Por meio do programa Isa carbono, apoiado pelo banco alemão KfW, que remunerou as atividades sustentáveis no estado”, explica.